4,7 milhões a menos de habitantes da estimativa do IBGE



O Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quarta-feira (28), mostra que o Brasil tem 203 milhões de habitantes. O número anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem 4,7 milhões a menos de pessoas do que a projeção apresentada pelo próprio instituto anteriormente. Em dezembro do ano passado, o IBGE estimava que a população brasileira seria composta por 207,7 milhões de habitantes. Essa estimativa do órgão foi realizada com dados prévios da pesquisa.

O presidente interino do instituto, Cimar Azeredo, ressaltou que o levantamento não era feito há 12 anos. Normalmente, o Censo é realizado a cada dez anos e deveria ter sido feito em 2020, mas foi adiado em razão da pandemia da Covid-19 e de gastos com a operação. Além disso, Azeredo apontou que a contagem populacional no meio da década, em 2015, não foi feita.

“Nós não fizemos uma contagem do meio da década e isso faz toda uma diferença”, disse o presidente interino. Ele ressaltou que a diferença entre o estimado e o anunciado era esperada, mas o IBGE não imaginava que seria “tão alta”, afirmou ele, segundo declaração publicada pelo Valor Econômico.

“A gente já esperava essa diferença. Não podíamos imaginar que fosse tão alta, mas a gente sabia que ia dar diferença em relação à população que vinha sendo estimada”, disse. “Isso dá uma denúncia; a importância de a gente fazer uma contagem no meio da década”, afirmou.

Além disso, desde 2010, quando foi realizado o Censo anterior, a população do país cresceu 6,5%, ou 12.306.713 pessoas a mais. “Isso resulta em uma taxa de crescimento anual de 0,52%, a menor já observada desde o início da série histórica iniciada em 1872, ano da primeira operação censitária do país”, informou o IBGE.

“Em 2022, a taxa de crescimento anual foi reduzida para menos da metade do que era em 2010 (1,17%)”, afirmou o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte, em nota.

Segundo Azeredo, uma das bases de dados usadas para a prévia foi o Censo de 2010. “A prévia era o melhor número naquele momento e sabíamos que teríamos distância [entre a projeção e o número oficial do Censo, sobre população do país]”, apontou.

Ele afirmou que os índices como migração, fecundidade e mortalidade ainda precisam ser analisados para que o órgão possa explicar melhor a diferença populacional. O mesmo ocorre com o impacto dos números de mortes por Covid-19, que serão analisados pelos pesquisadores. A expectativa é de que o IBGE divulgue o segundo bloco de informações do Censo 2022 no final de julho.

Em fevereiro deste ano, o IBGE divulgou as Estatísticas do Registro Civil referentes a 2021. Segundo os dados, o número de óbitos cresceu 18,0% em 2021, cerca de 273 mil mortes a mais do que em 2020, totalizando cerca de 1,8 milhão e atingindo novo recorde na série: foi o maior número absoluto e a maior variação percentual ante o ano anterior, desde 1974.

O mesmo levantamento, divulgado no início do ano, mostra que o número de nascimentos caiu 1,6% no Brasil. Foram cerca de 43 mil nascimentos a menos, ficando próximo aos 2,6 milhões, nível mais baixo da série, desde 2003, quando houve uma mudança metodológica no indicador.



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