Polícia Federal faz operação contra fraudes envolvendo a Fundação Getúlio Vargas

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (17) uma ação com o objetivo de apurar um esquema de corrupção envolvendo fraudes em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro implementado por uma organização criminosa que se utilizava da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cerca de 100 policiais federais cumprem 29 mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. Foram emitidas, ainda, ordens de sequestro e cautelares restritivas.
De acordo com informações da PF, a investigação teve início
em 2019, após informações de que a FGV era utilizada por órgãos federais e por
vários outros órgãos estaduais para fabricar pareceres que mascaravam o desvio
de finalidade de diversos contratos que resultaram em pagamento de propinas,
funcionando como um verdadeiro “biombo legal”.
“Apurou-se que, mais do que emitir pareceres inverídicos que camuflavam a corrupção dos agentes públicos, a entidade superfaturava contratos realizados por dispensa de licitação e era utilizada para fraudar processos licitatórios, encobrindo a contratação direta ilícita de empresas indicadas por agentes públicos, de empresas de fachada criadas por seus executivos e fornecendo, mediante pagamento de propina, vantagem a empresas que concorriam em licitações coordenadas por ela”, diz a PF em comunicado.
Para ocultar a origem ilícita dos valores, além das empresas de fachada nacionais, diversos executivos titularizam offshores em paraísos fiscais como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas, indicando não só a lavagem de capitais, como evasão de divisas e de ilícitos fiscais. A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para ter uma nota sobre a operação, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto e será atualizado em caso de resposta.