Desocupação cai e fecha 2024 em 6,6%, mas informalidade ainda é alta
A taxa de desocupação no Brasil fechou 2024 em 6,6%, com uma queda de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior, quando estava em 7,8%, de acordo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo IBGE nesta sexta (14).
O índice reflete a melhora no mercado de trabalho em todas as regiões do país, com 22 das 27 unidades da federação registrando redução no desemprego, com destaque para o Mato Grosso (2,6%), Santa Catarina (2,9%) e Rondônia (3,3%).
“Os resultados da queda da taxa de desocupação nos estados refletem a diversificação da expansão da ocupação ocorrida em diversas atividades econômicas, como comércio, indústria, transporte e logística e construção ao longo de 2024”, disse Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad no IBGE.
Por outro lado, a Bahia e Pernambuco tiveram as maiores taxas de desocupação, ambas em 10,8%, seguidas pelo Distrito Federal, com 9,6%. Além disso, 14 estados alcançaram o menor nível de desemprego desde o início da pesquisa, entre eles São Paulo (6,2%), Minas Gerais (5,0%) e Espírito Santo (3,9%).
Apesar da melhora na taxa de desocupação, a subutilização ainda atinge parcela significativa da população, de 16,2%. O Piauí liderou o ranking, com 32,7%, seguido pela Bahia (28,9%) e Alagoas (26,4%). Na outra ponta, Santa Catarina (5,5%), Rondônia (7,0%) e Mato Grosso (7,7%) registraram as menores taxas.
A informalidade também continua elevada, com 39% dos trabalhadores brasileiros atuando sem carteira assinada ou em ocupações precárias principalmente no Pará (58,1%), Piauí (56,6%) e Maranhão (55,3%). Já as menores taxas foram registradas em Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,6%) e São Paulo (31,1%).
Ainda segundo o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores ficou em R$ 3.225 no ano, com destaque para o Distrito Federal (R$ 5.043), São Paulo (R$ 3.907) e Paraná (R$ 3.758). Já os estados com as menores médias salariais foram Maranhão (R$ 2.049), Ceará (R$ 2.071) e Bahia (R$ 2.165).
Houve, ainda, redução no número de trabalhadores que buscam emprego há pelo menos dois anos. No último trimestre de 2024, 1,4 milhão de pessoas estavam nessa situação, o que representa uma queda de 8,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O número de desempregados há menos de um ano também diminuiu, totalizando 3,3 milhões de pessoas, um recuo de 13% na comparação anual.
Recuo no final do ano
No quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego registrou um leve recuo de 6,4% para 6,2%. A redução foi mais expressiva no Sul, onde caiu de 4,1% para 3,6%, enquanto as demais regiões se mantiveram estáveis. O Nordeste segue com a maior taxa de desocupação, atingindo 8,6% no período.
No recorte estadual, as maiores taxas de desemprego no último trimestre foram em Pernambuco (10,2%), Bahia (9,9%) e Distrito Federal (9,1%). Por outro lado, Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%) e Rondônia (2,8%) registraram os menores índices.
A informalidade permaneceu alta no quarto trimestre, atingindo 38,6% da população ocupada, com destaque para o Pará (57,6%) e Maranhão (56,8%). No sentido oposto, Santa Catarina (25,6%), Distrito Federal (29%) e São Paulo (30,3%) registraram os menores níveis de trabalhadores informais.
Entre os empregados do setor privado, 73,4% tinham carteira assinada. As regiões Norte (60,3%) e Nordeste (58,1%) apresentaram os menores índices. Já Santa Catarina (87,9%), São Paulo (81,2%) e Rio Grande do Sul (79,9%) tiveram as maiores taxas de formalização.