“povo vai voltar a comer picanha” após disparada do preço do corte
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta (20) que a picanha voltará a ser acessível à população neste ano, após a disparada que teve em 2024. O consumo do corte se tornou o ícone da campanha eleitoral de 2022, mas só ficou mais barato em 2023 até os preços voltarem a subir.
A carne entrou na mira da oposição junto da disparada de preços dos alimentos em geral, principalmente o café e os ovos, que passaram a ser um substituto mais barato às demais proteínas.
“Agora, [o preço] a carne começou a cair, e pode estar certo que vai cair e o povo vai voltar a comer a sua picanha, a sua costela ou outro pedaço de carne que deseja”, disse Lula em entrevista à rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, onde cumprirá agendas na sexta (21).
De acordo com ele, os alimentos em geral tiveram uma disparada de preços no ano passado por causa das condições climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a estiagem na maior parte do país. O mesmo motivo foi apontado no começo deste ano pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, para explicar o estouro do teto da meta de inflação, que ficou em 4,83%, principalmente por causa dos alimentos.
Ele também tentou explicar os motivos que levaram ao aumento do preço dos ovos, que chegaram a R$ 40 a caixa com 30 ovos, o que ele considerou um “absurdo”. Isso ocorreu, segundo ele, por causa da gripe aviária nos Estados Unidos, que levou ao abate de milhares de galinhas – o que provocou um aumento de importações do Brasil.
“O fato de você estar vendendo o produto em dólar, que está alto, não significa que você tem que colocar o preço brasileiro o mesmo preço que você exporta”, disse Lula emendando que vai marcar uma reunião com atacadistas para reduzir os preços dos ovos. Em linhas gerais, o alimento teve um aumento de até 40% no atacado.
Lula também pontuou ter “certeza” que o governo conseguirá fazer os preços dos alimentos voltarem ao que ele chama de “padrões” para o bolso dos brasileiros, mas que isso não se resolve do dia para a noite. Ele também lembrou que a reforma tributária fará os alimentos da cesta básica serem reduzidos, por conta da isenção fiscal.
“Nós estamos com a economia crescendo, inflação razoavelmente controlada, não há nada escapando do controle, tivemos um déficit fiscal de 0,09%, é quase zero, e portanto o nosso papel é fazer política para melhorar e baratear o custo de vida para o povo”, ressaltou.
Em outro momento, ele frisou que tem “responsabilidade fiscal” e que “é uma bobagem” se discutir corte de gastos, justificando pelo que considera um baixo déficit fiscal nas contas públicas no ano passado.