Oposição critica suspensão do Plano Safra e diz que custos vão aumentar
A medida foi tomada na quinta (20) por conta do aumento da taxa básica de juros e do atraso na votação do Orçamento deste ano no Congresso, que ainda não ocorreu e travou os gastos do governo. A análise ficará para depois do Carnaval.
“A recente decisão do governo federal de cortar recursos equalizados do Plano Safra lança uma sombra de incerteza sobre um setor que é pilar da nossa economia e da segurança alimentar do país”, disse Zucco em uma nota à imprensa nesta sexta (21).
De acordo com ele, o Plano Safra é um “motor vital para o crescimento e a inovação no campo”, permitindo o investimento em tecnologia no campo, expansão das operações e garantia da produção de alimentos aos brasileiros.
“O corte de recursos, no entanto, representa um retrocesso alarmante. Ao reduzir a disponibilidade de crédito subsidiado, o governo impõe um fardo pesado sobre os ombros dos agricultores”, disparou.
Zucco aponta, ainda, que o impacto pode se estender a diversas áreas, como redução da produtividade, preço dos alimentos afetando diretamente o bolso dos consumidores especialmente das famílias de baixa renda, e perda da competitividade no mercado internacional.
“O governo precisa encontrar urgentemente espaço no orçamento e retomar as operações de crédito. Não há prioridade maior nesse país do que comida na mesa dos brasileiros”, completou Zucco.
A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) reconheceu o impacto da Selic, mas criticou a política econômica e alertou para a possibilidade de aumento no preço dos alimentos.
“Itens da cesta básica, como proteínas e ovos, têm seus custos de produção diretamente afetados, já que as rações utilizadas são produzidas a partir de grãos, culturas impactadas pela falta de recurso”, apontou.
A entidade também lembrou que o plano foi anunciado como “o maior Plano Safra da história”, mas os recursos se esgotaram antes mesmo do início do plantio da nova safra.
“O plano atual foi aprovado no orçamento de 2023 e anunciado como ‘o maior Plano Safra da história’. Mas, no momento em que os produtores ainda colhem a primeira safra e iniciam o plantio da próxima, os recursos já se esgotaram”, completou a Frente.
Como resposta, o Ministério da Fazenda afirmou que o ministro Fernando Haddad encaminhará um ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) “em busca de respaldo técnico e legal para a imediata retomada das linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 24/25”.
“As linhas foram suspensas pelo Tesouro Nacional por necessidade legal, devido à não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025. Vale ressaltar que o Pronaf, que atende os pequenos agricultores, segue operando”, indicou.