Por que podemos ter diarreia após uma bebedeira? – Notícias



O dia seguinte depois de uma bebedeira costuma ser desagradável para a maioria das pessoas. Além da dor de cabeça, do gosto ruim na boca e do enjoo, por exemplo, há quem também sofra com episódios de diarreia.


A diarreia é um sinal de que algo está desequilibrado no sistema gastrointestinal, e o álcool pode ser um desencadeador desse problema, explica o médico Christian Morinaga, gerente do pronto-atendimento do Hospital Sírio-Libanês.


“Dependendo da dose, o álcool pode acelerar a trânsito dos alimentos ingeridos pelo estômago e intestino. Quanto mais rápido o trânsito, menor o tempo para absorção de água e outros nutrientes, o que gera a diarreia. O álcool também tem efeito direto de irritação sobre o estômago e intestino, o que também pode se manifestar como diarreia.”


Para que a maior parte das funções do nosso organismo funcione adequadamente, é necessário que a microbiota intestinal esteja equilibrada, e o álcool não ajuda nisso.


Associadas a alimentos gordurosos e ultraprocessados, por exemplo, as bebidas alcoólicas aumentam as chances de ter diarreia, mesmo em doses menores, acrescenta Morinaga.


“A dose que pode induzir diarreia varia muito de pessoa para pessoa, a depender do mecanismo que gera a diarreia. Há pessoas que podem ter diarreia mesmo com baixas doses. Assim como há pessoas que só apresentam com ingesta de altas doses.”


Na maioria dos casos, não há riscos associados a essa condição, mas é preciso ficar atento a alguns cuidados no dia seguinte para evitar postergar o quadro de ressaca.


“O mais comum é realmente a desidratação. Por isso, é essencial manter a ingesta hídrica adequada neste período e preferir alimentar-se com alimentos que não irritem o estômago e intestino, tais como arroz, cozidos, torradas ou bolachas de água e sal, etc.”, orienta o médico.


Os probióticos podem ajudar, segundo ele, mas é bom evitar comidas ricas em fibras, pois há o risco do agravamento da diarreia.


Nosso corpo consegue metabolizar, no máximo, 10 g de álcool por hora, o equivalente a mais ou menos uma lata de cerveja ou uma taça de vinho. Beber mais do que isso significa que o excesso de álcool vai para a corrente sanguínea, causando intoxicação.


Esse excedente de álcool, além de provocar embriaguez, demora de 4 a 12 horas para ser metabolizado. Por isso, ocorre de muitas pessoas sentirem-se mal ainda no dia seguinte.


A hidratação também é fundamental durante a bebedeira, assim como a recomendação para que se evite beber de estômago vazio.


Se o mal-estar após uma noite de excessos vier seguido também de dor abdominal e febre, é preciso procurar atendimento médico. Indivíduos que têm hábito de beber mais de quatro doses de álcool por dia correm o risco de desenvolver um quadro chamado pancreatite aguda, que é uma inflamação súbita do órgão.


“O mecanismo que faz com que o consumo de álcool cause a pancreatite não é completamente compreendido. Uma teoria é que o álcool é convertido em substâncias químicas tóxicas no pâncreas, que causam danos. Outra teoria é que o álcool pode causar o entupimento dos pequenos dutos no pâncreas, que liberam seu conteúdo no duto pancreático, o que por fim causa a pancreatite aguda”, descreve o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.



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