África retoma no Catar sua lenta ascensão no futebol mundial
Depois de ter todos os seus representantes eliminados na fase de grupos em 2018, a África conta novamente com duas seleções nas oitavas de final na Copa do Mundo do Catar, Senegal e Marrocos, em um despertar há muito tempo esperado para um continente que sonha em chegar pela primeira vez às semifinais.
Os africanos igualaram nesta edição o desempenho de 2014, quando a Nigéria caiu para a França por 2 a 0 e a Argélia quase surpreendeu a Alemanha, que viria a ser campeã, perdendo na prorrogação por 2 a 1.
“As equipes africanas têm jogadores que brilham nos grandes clubes europeus e não é algo de agora. Deveriam ter alcançado antes este nível”, disse à AFP Philippe Troussier, que foi técnico, entre outros, da África do Sul no Mundial de 1998.
Claude Le Roy, que dirigiu por mais de 20 anos seleções da África, acreditou desde o início nas equipes do continente no Catar.
Os maus resultados da primeira rodada foram “uma miragem”, disse Le Roy. “Camarões jogou melhor que a Suíça, apesar da derrota (1 a 0) e Senegal perdeu por um detalhe (falha na saída de bola do goleiro Mendy) para a Holanda (2-0)”.
Os senegaleses enfrentarão a Inglaterra no domingo e o Marrocos encara a Espanha na terça-feira. Ambos se classificaram mostrando qualidade.
Os ‘Leões do Atlas’ dominaram uma chave com Croácia e Bélgica, segunda e terceira no último Mundial, e os ‘Leões’ de Dacar bateram o Equador (2 a 1) em confronto decisivo no Grupo A.
Os dois representantes da África nas oitavas chegam a esta fase pela segunda vez, alcançando Gana (2006 e 2010). O recorde é da Nigéria, com três participações (1994, 1998 e 2014).
O Marrocos também foi o líder de seu grupo em 1986 e enfrentou a Alemanha Ocidental naquela edição, perdendo por 1 a 0 com um gol de falta de Lothar Matthäus.
Em 2002, Senegal derrotou a França, que defendia o título, no jogo de abertura (1 a 0) e só caiu nas quartas, na prorrogação, com um gol de ouro da Turquia (1 a 0).
O caminho foi longo desde 1930. A África só conta com uma participação nas oito primeiras edições do Mundial, com o Egito sendo eliminado pela Hungria (4 a 2) em 1934.
Desde 1970, o continente tem uma vaga garantida no torneio, aumentando para duas a partir de 1982, três desde 1994 e cinco desde 1998.
“O objetivo agora é chegar com um ou dois países às semifinais”, disse o técnico francês Alain Giresse, que comandou Senegal e Tunísia, entre outras seleções africanas.
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