Além de Israel: veja quais são os países que estão em guerra pelo mundo – Prisma
O mundo sofre ao acompanhar os intensos conflitos entre Rússia e Ucrânia, e agora entre Hamas e Israel. A invasão russa em 2022 gerou uma grande onda de refugiados ucranianos e mais de 190 mil mortos, além de sanções econômicas contra a Rússia e os membros de seu governo.
“Rússia e Ucrânia sempre tiveram uma relação estremecida e, no ano de 2014, houve a anexação da região da Crimeia por parte dos russos. Em 2022, contudo, a Rússia invadiu a Ucrânia com o pretexto de não aceitar que a Ucrânia entrasse na Otan, num movimento entendido por Moscou como expansão do Ocidente para próximo de suas fronteiras”, observa o especialista em relações internacionais e mestre em ciência política Victor Oliveira.
Já o ataque terrorista ao território israelense, em 7 de outubro, o dia mais sangrento da história do Estado de Israel, e a posterior defesa de Israel já ocasionaram mais de 12,5 mil mortos de ambos os lados. Um dos mais graves embates da região.
“Existe a genuína preocupação de que o conflito escale a partir da atuação de outros grupos, como o Hezbollah, do Líbano, ou o Houthi, do Iêmen, e que estão umbilicalmente ligados ao Irã”, acrescenta Oliveira.
Hoje essas são as principais guerras em curso no mundo, seja pelo uso da força empregado, seja pela extensão de ambos os conflitos, mas existem outros graves embates acontecendo.
Guerras ao redor do mundo
Além dessas, há outras guerras iminentes, como as tensões no mar do sul da China, sobretudo com Taiwan. A China reclama que Taiwan é parte do seu território e tem aumentado as atividades militares na região. Taiwan, por sua vez, tem contado com o apoio americano.
Venezuela e Guiana: escalada de tensão
Outro problema que desponta no horizonte está perto de nós, entre Venezuela e Guiana. “Nicolás Maduro marcou para o dia 3 de dezembro uma votação para consultar a população local sobre a soberania de Essequibo, que representa mais de 70% do território da Guiana”, explica a analista de relações universitárias da StandWithUs Brasil Victor Oliveira. E já há uma mobilização governamental que acena para a ocupação desse território.
Conflito entre Azerbaijão e Armênia
O conflito entre Azerbaijão e Armênia envolve a região disputada de Nagorno-Karabakh, internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão, mas controlada por armênios étnicos.
“A situação é complexa e profundamente enraizada em fatores históricos, étnicos e geopolíticos. O conflito remonta ao início do século 20, mas tornou-se particularmente intenso no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, à medida que a União Soviética se desintegrou. Em 2023, houve outro foco de conflito, com o Azerbaijão tendo bombardeado a região, num movimento classificado pelo país como ‘antiterrorista’. Significou o fim de um cessar-fogo mediado pela Rússia ainda em 2020”, ressalta o especialista.
A vitória do Azerbaijão está causando uma migração extensa da população armênia. Mas, mesmo com esse resultado, os especialistas afirmam que as tensões locais devem continuar.
Guerra civil na Síria
Outro agravante complexo e multifacetado começou em março de 2011. O ataque teve origem por vários motivos, incluindo o descontentamento popular com o governo, questões econômicas e políticas, bem como influências externas. “Nesse cenário, houve o fortalecimento do grupo terrorista Estado Islâmico, e Bashar Al-Assad, mandatário sírio, contou com o apoio irrestrito de Vladimir Putin, presidente russo. Depois de mais de dez anos desde a conflagração da guerra civil, há focos de tensão ainda, mas Assad continua no governo, embora tenha causado uma das piores crises humanitárias da região”, esclarece o internacionalista.
Guerra no Iêmen
Já o Iêmen continua enfrentando uma guerra civil complexa e devastadora que começou em 2014. “Neste ano, os rebeldes houthis, um grupo xiita, tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir. Em 2015, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio em apoio ao governo, em uma tentativa de conter a ascensão dos rebeldes. O conflito no Iêmen também tem sido considerado um campo de batalha por procuração entre a Arábia Saudita, que apoia o governo reconhecido internacionalmente, e o Irã, que é acusado de fornecer apoio aos rebeldes houthis”, diz.
Guerra do Tigré
A luta começou em novembro de 2020, quando o governo etíope, liderado pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed, lançou uma operação militar contra as autoridades regionais em Tigré, alegando que elas haviam desafiado a autoridade federal.
“O conflito teve um impacto significativo na população civil, com relatos de deslocamentos em massa, violações dos direitos humanos e uma crise humanitária em desenvolvimento. O problema foi redimensionado em 2023, quando houve um levante de golpes de Estado na região do Sahel, na África”, fala o internacionalista.
O que esperar?
Alguns desses conflitos têm apresentado nuances diferentes, e há o receio de que haja escaladas para níveis globais.
“É um momento no qual as instâncias internacionais de tomada de decisão multilateral estão em xeque. A atuação das Nações Unidas, por exemplo, tem sido amplamente questionada. Esse panorama sublinha uma crise do multilateralismo e também deixa em aberto a questão da atuação dos Estados”, critica Victor Oliveira.
Diante desse cenário, é inevitável o seguinte questionamento: o que os líderes aprenderam sobre as guerras com o passar dos anos? Quais foram as lições das histórias sangrentas da humanidade?
É triste dizer, mas tudo o que estamos vivenciando só revela que nada mudou. Os anos passaram, a tecnologia evoluiu, os avanços surgiram, mas a mentalidade pequena em busca de poder a qualquer custo continua a mesma.