Alemanha anuncia ‘nacionalização’ da russa Gazprom


A Alemanha vai nacionalizar a subsidiária europeia de comércio e fornecimento de gás que pertencia à companhia russa Gazprom, sob tutela do Estado alemão desde abril. O anúncio feito nesta segunda-feira, 14, é mais um esforço para conter o choque econômico da decisão da Rússia de reduzir seu fluxo de gás natural para o continente.

O Ministério da Economia da Alemanha explicou que a Gazprom Germania, que será renomeada para Securing Energy for Europe (Assegurando Energia para a Europa, em tradução livre), ou Sefe, foi “transferida para se tornar propriedade federal”.

O governo alemão agora assumirá participação de 100% na empresa e aumentará seu empréstimo para US$ 14,2 bilhões, informou o Ministério. A medida, segundo a pasta, foi necessária, porque o superendividamento da Sefe e a ameaça de insolvência iminente “põem em risco a segurança do abastecimento na Alemanha”.

No total, o governo injetará capital de € 7,7 bilhões na empresa. Isso será feito por meio de uma troca de dívida por capital.

A Gazprom Germania está sob comando do Estado alemão desde abril, após uma mudança no modelo de controle da Gazprom da Rússia, que violava as leis da Alemanha sobre investimento estrangeiro em empresas que atuam no país.

A maior economia da Europa enfrenta um potencial colapso de seu setor de energia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, começou a restringir os fluxos de gás após a invasão da Ucrânia. Isso desencadeou a escassez, elevou os preços e levou o governo do primeiro-ministro, Olaf Scholz, a alertar sobre possíveis racionamentos e apagões no inverno no Hemisfério Norte.

Este é o segundo resgate de uma empresa de energia em dois meses na Alemanha, motivado pelos cortes no fornecimento de gás russo. Em setembro, o governo informou que nacionalizaria a Uniper SE, a maior importadora de gás do país, depois que a empresa acumulou mais de US$ 8,2 bilhões em perdas relacionadas ao gás, quando os preços de fontes alternativas dispararam.

A mudança também ocorre dois meses depois que o governo alemão assumiu o controle de três refinarias de propriedade da petrolífera russa Rosneft, dizendo que a Rússia “não era mais um parceiro confiável de energia”.





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