‘Algumas urnas precisam ser revistas’


Em um vídeo que circula nas redes sociais, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o partido vai apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até a próxima terça-feira, 22, uma nova proposta sobre a validação do processo eleitoral brasileiro.

“Nada. Nada de ter nova eleição. Não queremos tumultuar a vida do país”, disse Costa Neto. “Vamos propor ao Tribunal Superior Eleitoral, até terça-feira, essa nossa nova proposta. Pelo estudo que nós fizemos tem várias urnas que não podem ser consideradas”. (…)

“É no Brasil inteiro. São as urnas de 2020 para baixo. Todas elas têm o mesmo número, não tem patrimônio, não tem como controlar a urna.”

O presidente do PL afirmou que a sigla já tem provas para mostrar que algumas urnas não podem ser consideradas. “Acredito que sejam umas 250 mil urnas, todas as urnas antes do ano 2020 têm o mesmo número de patrimônio. Não tem como controlar a urna”.

Ao ser perguntado sobre se essa questão não poderia ter sido verificada antes da eleição, Costa Neto respondeu: “Isso é culpa dos funcionários do TSE. Porque a direção do TSE não tem conhecimento disso”.

Urnas em xeque

Em artigo publicado em Oeste, o antropólogo Flávio Gordon questiona o processo eleitoral brasileiro.

Leia um trecho:

“Das várias medidas relativas ao processo de preparação, organização e processamento das eleições no Brasil, o TSE está diretamente a cargo de apenas um terço, que inclui o cadastramento dos candidatos, a divulgação dos resultados, a auditoria das campanhas, a certificação das campanhas e a diplomação dos eleitos. Os outros dois terços de medidas operacionais — que incluem coisas como a programação do software das urnas eletrônicas, a fabricação das urnas, o armazenamento e a segurança das urnas, a coleta de dados dos eleitores, o carregamento dos softwares nas urnas, o transporte das urnas, a coleta dos votos, o transporte dos votos para os cartórios eleitorais, a transmissão dos votos para os TREs e o TSE e o processamento dos resultados — são conduzidos por empresas terceirizadas e indivíduos convocados para o dia da eleição, com pouca supervisão do TSE e nenhum compromisso formal com o eleitorado brasileiro.

Uma dessas terceirizadas, que dominou o mercado brasileiro por muito tempo, é a empresa Diebold Election Systems Inc. Antes de ser substituída pela Positivo Tecnologia — empresa fundada pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos), que venceu a licitação para fabricar as urnas das eleições de 2022 —, a Diebold fabricou as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições brasileiras de 2000 até 2020. Envolvida numa série de suspeitas de ilegalidade desde quando, em 2003, o seu diretor-executivo, Walden O’Dell, se envolveu na campanha de arrecadação de fundos para o então presidente e candidato à reeleição, George W. Bush (ver, sobre o tema, reportagem do New York Times), a empresa teve suas urnas escrutinadas por experts em segurança da informação.”

Assinantes da Revista Oeste podem ler o artigo completo clicando aqui. 





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