Américas podem enfrentar maior surto de sarampo em 30 anos, alerta agência da ONU – Notícias





O risco de um surto de sarampo no continente americano é o mais alto dos últimos 30 anos. O alerta é da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e foi divulgado nesta segunda-feira (13) no Brasil.


A organização pede aos países que retomem a cobertura vacinal infantil e atualizem os planos de resposta ao sarampo para evitar a volta da transmissão endêmica do vírus. De acordo com o documento, os surtos mais significativos ocorreram no Brasil, onde a circulação endêmica continua.


Segundo Ana Caetano, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, o continente americano havia ficado livre do sarampo em 2016. Entretanto, com a baixa cobertura vacinal, essa realidade voltou.


“O que aconteceu é que, nos últimos anos, houve uma redução muito grande nessa cobertura vacinal. Então, para se ter uma ideia, no último ano o Brasil teve uma redução de 50% na cobertura vacinal. Isso fez com que novos casos, vindos de outros países, começassem a entrar nos países da América, não só no Brasil, mas na Argentina, no Chile.”





Em 2021, apenas seis países do continente atingiram o nível recomendado, de 95% de cobertura com duas doses. E outros dez países relataram cobertura inferior a 80%.


De acordo com o Programa Nacional de Imunizações, até 2015, o percentual de brasileiros protegidos pela vacina atingia as metas do público-alvo, mas, com o retrocesso da imunização, a porcentagem voltou aos níveis da década de 80.


Entre 2018 e 2021, 26 crianças com menos de 5 anos foram vítimas da doença no país. Nas duas décadas anteriores, apenas um óbito havia sido registrado.


Ana Caetano explica que o vírus do sarampo é altamente contagioso e que o esclarecimento da população é um aliado para o enfrentamento da doença.


“[É preciso] explicar e informar a população, corretamente, de que a vacina é necessária para evitar que a gente tenha um surto de sarampo no Brasil. E a doença vem exatamente disso, desses países onde aparecem movimentos antivacina e, principalmente, as fake news com relação às vacinas.”


No fim de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a campanha de multivacinação contra a poliomielite e o sarampo nas escolas, que deve ocorrer a partir do mês de maio.


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