Argentina vive a pressão de estar entre os favoritos na Copa do Mundo


Grandes nomes do futebol costumam concordar em incluir a Argentina entre os grandes favoritos ao título da Copa do Mundo do Catar de 2022, mas na “Albiceleste”, com Lionel Messi no comando, pedem cautela e dar um passo de cada vez, jogo a jogo.

“Com a Argentina é um momento em que estamos bem, as pessoas estão empolgadas, sobem pelas paredes, acham que voltamos com a Copa, mas não é tão fácil”, disse a estrela do Paris Saint-Germain no mês passado em entrevista à DirectTV Sports, apontando outras seleções como Brasil e França como grandes candidatas.

Com 36 jogos seguidos sem perder, desde julho de 2019, e dois títulos entre eles (a Copa América em 2021 e a Finalíssima contra a campeã europeia Itália em 2022), a seleção argentina de Lionel Scaloni, popularmente conhecida como “La Scaloneta”, parece para muitos uma máquina lubrificada destinada a grandes momentos no Catar.

“A Argentina, com Messi, é uma das favoritas a vencer a Copa do Mundo, porque também tem um plano de jogo”, disse recentemente o atacante Robert Lewandowski ao jornal espanhol Marca. Sua seleção, a Polônia, jogará contra a Argentina no encerramento do Grupo C, que é completado por México e Arábia Saudita.

Outros potenciais rivais da Argentina no Catar também destacam sua grande carreira nos últimos anos. “Eles estão mais unidos, não perderam muitos jogos. Com Messi, eles são sempre um dos favoritos a vencer a Copa do Mundo”, disse o croata Luka Modric à ESPN, destacando como a seleção sul-americana então comandada por Jorge Sampaoli evoluiu desde a derrota por 3 a 0 para a equipe dos Balcãs na fase de grupos do Mundial de 2018.

“Argentina [é favorita] porque tem um jogador incrível, como Messi”, respondeu o senegalês Sadio Mané após a vitória do Bayern de Munique no mês passado no estádio do Barcelona, quando questionado sobre o favorito a conquistar a Copa do Mundo de 2022.

O técnico espanhol, Luis Enrique Martínez, disse em junho passado que via a Argentina “muito à frente” e um de seus jogadores, o meio-campista do Barcelona Pedri, também apontou a equipe de Scaloni como “uma das favoritas” porque “é a última Copa de Messi e ele fará de tudo para vencê-la”.

Um dos argentinos convocados para este Mundial, Julián Álvarez, revelou que seu treinador no Manchester City, Pep Guardiola, também partilha dessa opinião. Contou que no vestiário vários jogadores europeus estavam conversando sobre os favoritos e só citavam seleções de seu continente, até que o técnico espanhol interveio para apontar para o próprio Álvarez, que se mantinha em silêncio, como o que tinha mais chances de levantar o troféu.

“Uma Copa é outra coisa”

As opiniões desses grandes favoritos contrastam com algumas palavras de uma das principais estrelas do futebol, Kylian Mbappé, que disse ao TNT Sports Brasil em maio passado que a França e outros europeus são os favoritos na Copa do Mundo.

“Argentina e Brasil não fazem partidas de alto nível para chegar à Copa do Mundo. Na América do Sul, o futebol não está tão avançado quanto na Europa. E é por isso que quando você olha para as últimas Copas do Mundo, são sempre os europeus que ganham”, disse então o astro francês.

Poucos dias depois dessas palavras de Mbappé, a Argentina venceu a Itália por 3 a 0 na Finalíssima em Londres, no duelo entre os atuais campeões sul-americanos e europeus. Mas durante aquela estadia na Inglaterra, Scaloni pediu “tranquilidade” aos torcedores e jornalistas para não cair em um excesso de euforia.

“Não somos nem mais nem menos candidatos do que os outros por ter vencido isto. Somos um bom time, que vai competir, e uma Copa do Mundo é outra coisa”, alertou então, na coletiva de imprensa após a vitória maiúscula sobre os italianos.

Pedir prudência é comum do lado argentino diante da empolgação de seus torcedores às vésperas de uma Copa do Mundo.

“É preciso ir com calma. Não podemos passar a mensagem de que somos os melhores, porque não é assim”, disse Messi ao Canal 13, pouco antes da Copa do Mundo de 2018 na Rússia, onde a Argentina acabaria fracassando ao ser eliminada nas oitavas de final ao perder por 4 a 3 para a França de Mbappé.

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