Atividade econômica catarinense recua 3,5% em maio
Boa colheita de verão elevou a base de comparação
Santa Catarina encerrou o mês de maio com recuo na atividade econômica de 3,5% ante abril, na série livre de efeitos sazonais. O mesmo movimento é observado na média nacional, que apresentou retração um pouco menor, de 2,0%. Na comparação com maio de 2022, ambos os índices são positivos: 1,3% e 2,2%, respectivamente. Os dados integram o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC) e foram analisados pelo Observatório Fiesc. No estado, o desempenho em relação a abril é reflexo da retirada do peso positivo do agronegócio, cujas boas safras de verão, especialmente de grãos, ajudaram a impulsionar a atividade econômica nos meses anteriores. A indústria e o comércio ampliado também tiveram contribuição negativa em maio, com recuos de 2,7% e 3,1%, respectivamente, na comparação com abril.
Na indústria, o maior impacto veio dos setores de metalurgia e cerâmica, que têm sentido a queda da demanda doméstica por insumos, principalmente para a região Sudeste. A metalurgia, por exemplo, possui forte vínculo com as indústrias de bens de capital e automobilísticas. Já a fabricação de produtos cerâmicos é destinada, principalmente, para o setor da construção civil. Segundo a análise do Observatório Fiesc, essas atividades compartilham entre si uma alta sensibilidade aos movimentos das taxas de juros, que permanecem em patamares historicamente elevados. No entanto, apesar da manutenção da política monetária interna restritiva, as indústrias produtoras de bens de capital em Santa Catarina apresentaram recuperação no período. Destaque para o setor de máquinas e equipamentos, que se beneficiou do aumento das exportações, em especial de motocompressores, bombas de líquidos e aparelhos de elevação.