Cantor e apresentador Rolando Boldrin, guardião da música caipira brasileira, morre aos 86 anos
O ator, cantor, compositor e apresentador de TV Rolando Boldrin morreu nesta quarta-feira (9), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein havia dois meses e a causa da morte não foi informada. O velório do artista vai acontecer na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
“Ele tirou o Brasil ‘da gaveta’ e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles ‘fora do combinado’, conforme costumava dizer Rolando”, disse a TV Cultura, por meio de nota.
Com mais de seis décadas de carreira, Boldrin apresentou o programa “Sr. Brasil”, sobre ritmos e temas regionais brasileiros, na emissora por 17 anos.
Nascido em São Joaquim da Barra, município do interior paulista, Boldrin aprendeu a tocar viola ainda pequeno e com 12 anos de idade formou sua primeira dupla caipira, com o irmão.
Mudou-se aos 16 anos para São Paulo e desempenhou várias atividades (de frentista a garçom) antes de se dedicar à carreira musical e a trabalhos de atuação em teleteatro, televisão e cinema.
Apresentou programas em outras emissoras, como o “Som Brasil”, na TV Globo, antes de levar o trabalho de divulgação da música regional brasileira à TV Cultura.
Entre os alvos de suas críticas, estavam os sertanejos românticos e universitários, pela presença de elementos estrangeiros na sua música – em contraponto ao sertanejo “puro” defendido por Boldrin.
“Duplas sertanejas de alto consumo trazem muita influência de fora. Ao mesmo tempo, usam uma técnica robertocarliana. Qualquer sertanejo de hoje é música romântica cantada em dupla”, alfinetou, numa entrevista em 2010.