CMN adota meta contínua a partir de 2025 e mantém alvo da inflação em 3% para 2026

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nesta quinta-feira (29) implementar a meta contínua para a inflação a partir de 2025. Atualmente, o modelo utilizado considera o ano-calendário, de janeiro a dezembro. A decisão foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que atua como presidente do comitê.
O CMN também é formado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Você amplia o horizonte… O que se fazia no Brasil era abrir mão da meta para cumprir o ano-calendário e agora você faz o contrário: mantém a meta abrindo mão do ano-calendário. É uma diferença de metodologia, você dá um horizonte de longo prazo para a autoridade monetária independentemente das circunstâncias políticas”, disse Haddad.
O ministro afirmou ainda que a meta de 2026 será de 3%, mesmo patamar determinado para 2024 e 2025. A meta é considerada cumprida se estiver no intervalo de 1,5% para mais ou para menos.
Mais cedo, Campos Neto disse que a adoção de uma meta contínua de inflação é mais eficiente que o modelo atual, de meta estabelecida, informou a Agência Brasil.
“Em alguns momentos na nossa história, o que aconteceu é que o governo ficou preocupado com estourar a meta no ano específico e acabou tomando medidas no final do ano que fizesse com aquela inflação caísse de forma pontual e que gerou uma alocação de recursos que não eram mais eficiente do ponto de vista econômico”, ressaltou Campos Neto.
O ministro da Fazenda comentou ainda que a taxa de juros básicos deve cair a partir de agosto. “Estou convencido de que nós não podemos conviver com essa taxa de juros. Nós estamos falando de 13,75% contra uma inflação projetada para 2025 pelo Banco Central de 13,1%”, disse Haddad.