Deputado comenta relatório sobre urnas eletrônicas e perde acesso às redes sociais


O deputado estadual Homero Marchese (Republicanos-PR) está sem acesso ao Facebook, ao Twitter e ao Instagram. Isso porque suas redes sociais foram bloqueadas, depois de comentar um relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas, divulgado na semana passada.

Apesar de não constatar irregularidades nas urnas eletrônicas, a auditoria da pasta não descarta a possibilidade de fraude, porque os militares não tiveram acesso ao código-fonte das máquinas, hoje em sigilo pela Justiça Eleitoral.

Tudo começou no domingo 13, quando Marchese resolveu dizer o que pensa sobre a auditoria. Duas horas depois, os perfis já estavam bloqueados. Até a manhã desta quinta-feira, 17, as páginas seguem suspensas nas redes sociais.

Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o parlamentar disse não saber de onde partiu a ordem para que as páginas fossem derrubadas. O advogado de Marchese ligou para os gabinetes do ministro Alexandre de Moraes, mas nenhum processo contra ele foi encontrado nos registros. Também as redes sociais “não sabem explicar” a origem da suspensão dos perfis.

“Se até a semana passada alguém me perguntasse sobre esses questionamentos que vêm sendo feitos sobre as urnas, eu diria que isso era uma bobagem e que não passava de uma teoria da conspiração”, escreveu o parlamentar, antes de ser bloqueado. “Mas depois de ler o relatório, minha opinião mudou.”

À Gazeta, Marchese disse: “Apenas apontei o que poderiam ser potenciais pontos fracos do sistema. O que eu não sei é se foi por causa desse post que as redes foram retiradas do ar. Eu presumo que seja.”

Marchese não é o único a perder as contas por falar sobre as urnas. O mesmo ocorreu com Marcos Cintra, economista e ex-secretário do governo Jair Bolsonaro. Ao cobrar explicações do Tribunal Superior Eleitoral sobre denúncias envolvendo as urnas eletrônicas, teve suas redes sociais suspensas.

Leia também: “É proibido modernizar as urnas eletrônicas?”, reportagem publicada na Edição 69 da Revista Oeste





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