“Diamantes Brutos” explora drama de família judaica sob investigação
Antuérpia é
a capital dos negócios envolvendo diamantes. Noah Wolfsohn retorna à cidade
após 15 anos, vindo de Londres, com seu filho pequeno, Tommy. Um evento trágico
trouxe à tona implicações sombrias que colocam em risco o império de sua
família, fortificado por várias gerações.
Os criadores de Diamantes Brutos, série que integra o catálogo da Netflix, destacaram-se pela participação em Fauda, um dos produtos audiovisuais israelenses de maior êxito internacional. Rotem Shamir dirige quatro capítulos, enquanto outros quatro ficam a cargo da belga Cecilia Verheyden. Ela trabalhou em séries e filmes ambientados no mundo do narcotráfico, tanto na Bélgica quanto na Holanda.
A dupla perspectiva pode ser vista em Diamantes Brutos: a das autoridades belgas está personificada numa fiscal que se empenha na investigação; a outra é a da família, que se dedica de corpo e alma ao negócio dos diamantes. Por se tratar de uma família judia hassídica, a série permite conhecer um mundo um tanto exótico para a maioria dos espectadores. O sólido roteiro une os dois planos com um ritmo que vai ganhando revoluções, apoiado também pela fotografia, pelas locações, pelo design de produção e pela trilha sonora, que modula perfeitamente a tensão.
Os personagens são críveis, mérito da acertada escolha dos atores. O destaque vai para o elenco feminino. Ini Massez dá à irmã de Noah, Andina, uma difícil mescla de dureza e sensibilidade. Na mesma pegada, Yona Elian combina o carinho materno com a firmeza empresarial no papel da mãe Sarah. Marie Vinck caracteriza Gila com grande amplitude de matizes (ela é a antiga noiva que Noah abandonou ao se mudar da Antuérpia). Todas elas e também o protagonista Noah mostram as difíceis decisões vitais e morais que são obrigados a tomar mais com o físico do que com diálogos.
© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.