Dólar dispara e encerra a R$ 6,26 com risco fiscal e juros nos EUA
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (18) em forte alta de 2,82%, cotado a R$ 6,267 na venda. Este é o maior valor de fechamento da história. O recorde também foi registrado durante o pregão, quando a moeda bateu a máxima de 6,271. Na mínima, atingiu 6,094.
O mercado financeiro espera a votação do pacote fiscal do governo Lula pelo Congresso Nacional. O texto não foi bem recebido pelos investidores, que classificaram as medidas como “tímidas” diante da necessidade de equilibrar as contas públicas. Agora, os investidores temem a desidratação da proposta pelos parlamentares.
No cenário externo, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou o corte de 0,25 ponto percentual dos juros, para a faixa entre 4,25% e 4,5%. Apesar disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a previsão de novos cortes para 2025 diminui. Em setembro, o Fed previa quatro cortes.
“Estamos prevendo mais dois cortes [de 0,25 ponto percentual] em vez de quatro porque estamos vendo alguns choques inflacionários, a economia segue forte e o desemprego segue baixo”, disse Powell.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o câmbio é “flutuante”, mas vai se “acomodar”. Ele citou ainda uma possível especulação. “Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, afirmou.
“Há contatos conosco falando em especulação. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo, mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central”, destacou.