Emplacamentos de automóveis disparam na segunda quinzena de junho
O maior movimento se deu a partir do dia 20 de junho, quando o volume de efetivação das vendas passou a superar a média diária
Mesmo com um início de mês tumultuado, pelo compasso de espera do consumidor até a publicação da medida provisória do governo, e depois, pelo tempo de troca de notas fiscais entre concessionárias e montadoras, as vendas de automóveis chegaram a registrar volume diário superior a 22 mil emplacamentos nos últimos dias de junho. Como resultado, os segmentos fecharam o mês com aumento de mais de 8% sobre maio, crescimento de 8,6% sobre junho/2022 e de quase 10% sobre o acumulado do ano. Os dados formam anunciados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a entidade, a MP editada em 6 de junho, e que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos sustentáveis, atingiu seu objetivo e aqueceu o mercado de automóveis e comerciais leves de até R$ 120 mil, que começa a mostrar sua curva de recuperação.
De acordo com a Fenabrave, o maior movimento dos emplacamentos se deu, especialmente, a partir do dia 20 de junho, quando o volume de efetivação das vendas passou a superar o volume diário de 5 mil unidades, chegando a mais de 22 mil nos últimos dias do mês – desempenho similar ao alcançado em 2012, ano de recorde histórico de emplacamentos no país, quando mais de 3,6 milhões de autos e leves foram comercializados ao mercado interno. Andreta Jr., presidente da entidade, explica que alguns entraves inviabilizaram que o sucesso da MP aparecesse mais em junho. Segundo ele, o prazo médio entre o fechamento da venda de um veículo e seu emplacamento costuma demorar cerca de 15 dias. Soma-se a isso o fato de que, após a publicação da MP nº 1175, concessionárias e montadoras tiveram de realizar trâmites de ajustes de notas fiscais. “Esse cenário fez com que o salto nos emplacamentos fosse observado apenas na última semana do mês, mas já foi suficiente para termos um resultado melhor que o de maio. Isso nos mostra que os primeiros dias de julho poderão ser positivos, pois devem refletir emplacamentos de vendas realizadas e não registradas em junho”, analisa.
O sucesso da iniciativa foi tamanho que os R$ 500 milhões destinados aos segmentos de automóveis e comerciais leves já se esgotaram, o que fez com que o governo federal realizasse novo aporte de R$ 300 milhões em descontos tributários. “Ficou claro que milhares de brasileiros estavam apenas esperando uma oportunidade para poderem adquirir um veículo novo. Nosso objetivo era exatamente alcançar os três principais fatores: preço acessível ao poder de compra, sustentabilidade e densidade fabril”, relata Andreta Jr., que reconheceu que, além dos incentivos do governo, também as montadoras adicionaram descontos a alguns modelos, assim como os bancos dos fabricantes lançaram taxas atrativas para fomentar os financiamentos aos veículos que fizeram parte do pacote de benefícios. No semestre, a alta foi de quase 14% nos emplacamentos de todos os segmentos automotivos somados, lembrando que, em 2022, o desempenho dos seis primeiros meses do ano foi impactado por fatores como a guerra na Europa e a falta de peças e componentes na indústria. “Todos os segmentos registraram alta no volume, com exceção de caminhões, categoria que teve de se ajustar à nova tecnologia de emissões (Euro 6) na primeira metade de 2023”, explica Andreta Jr.