Entenda a pericardite, doença que fez Eliezer pensar que estava infartando – Notícias



No fim de semana, Eliezer, de 32 anos, contou nas redes sociais que sofre de pericardite. Após sentir dores no ombro e dificuldade de respirar, o influenciador disse que chegou a pensar que estava sofrendo um infarto.


“Fiquei com medo de ser infarto… Ao chegar no hospital, fiz uma bateria de exames e chegou no diagnóstico de pericardite”, ele escreveu na última segunda-feira nas redes sociais.


O cardiologista Yuri Brasil explica que a dor no peito é um dos principais sintomas da doença e pode ser confundida com infarto.


“A principal queixa dos pacientes é a dor no peito, que pode simular um infarto. Mas ela tem uma peculiaridade: existe uma posição chamada de posição de prece maometana. Quando o paciente inclina o tronco para frente essa dor cessa ou melhora.”


Além dessa característica, o sintoma da pericardite inclui a irradiação da dor no peito para as costas e os braços e pode vir acompanhada de febre. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, mas é a minoria dos casos.


Eliezer reclamou também de falta de ar, porém o médico ressalta que esse não é um sintoma do problema.


“A falta de ar não é comum. A pericardite causa uma dor ventilatória dependente, que na hora que o paciente enche o peito de ar dói. Então, ele deve ter assimilado isso porque quando ele puxava o ar doía o peito”, diz Brasil.


O que é a pericardite?


O coração é coberto por uma membrana chamada pericárdio, e a doença acontece após a inflamação desse tecido.


“No Brasil, cerca de 80% a 90% das causas se dão após alguma infecção por vírus. Às vezes o paciente teve uma gripe, um resfriado ou uma diarreia… alguma infecção prévia por vírus que desenvolve para essa inflamação do pericárdio. O restante dos casos pode ser consequência de um infarto”, destaca o cardiologista.


Muitos patógenos podem causar a enfermidade, sendo que o coxsackievírus é o mais comum. Os homens entre 30 anos e 35 anos são os mais atingidos pela pericardite. Além da forma aguda, a doença pode ser crônica e subaguda.


De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, outras causas da pericardite são: “ataque cardíaco, cirurgia cardíaca (síndrome pós-pericardiotomia), lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus), artrite reumatoide, insuficiência renal, lesão torácica, câncer, febre reumática, radioterapia e medicamentos, incluindo varfarina e heparina (anticoagulantes), penicilina, procainamida (medicamento usado para tratar arritmias cardíacas) e fenitoína (medicamento anticonvulsivante)”.


Pericardite tem cura?


A boa notícia é que a doença tem cura e, em muitos casos, a pessoa sofre com a inflamação só uma vez. Após o tratamento, não apresenta mais o problema.


“Na maioria das vezes, o curso é benigno, dá para tratarmos em casa com medicação, principalmente com anti-inflamatórios, mas existem alguns casos em que a gente precisa internar o paciente”, afirma Brasil.


A pessoas que precisam de internação são os imunodeprimidos.


“Pacientes que fizeram transplante e tomam medicação que deprime o sistema imunológico, com HIV positivo, com tuberculose. Nesse grupo, a chance é maior de a pericardite virar um derrame pericárdico, criando um líquido nessa capa do coração e [que] pode evoluir mal, pode ser problemático”, acrescenta o médico.


O tratamento é feito com o uso de anti-inflamatórios por um período de até três meses.


“Geralmente prescrevemos a colchicina e a aspirina. E, em alguns casos, o paciente precisa tomar antibióticos por uma infecção bacteriana”, explica o cardiologista.


Eliezer já comemorou com os fãs ter melhorado após tomar medicações e fazer repouso. “Já estou dormindo melhor, respirando melhor.”


Vih Tube, mulher do influenciador, também comentou nas redes sociais que o marido está bem melhor.


“Ele está bem melhor… Está tudo bem. [Eliezer] já está com todos os medicamentos, com tratamento, que é um pouco longo. E vai dar tudo certo. Obrigada pelas boas energias de vocês, eu fico muito feliz”, agradeceu a influenciadora. Logo, logo, o casal vai ser os pais de Lua, a primeira filha dos dois. 


A inflamação pode se resolver sozinha, sem o uso de medicamentos. No entanto, o médico ressalta a importância de procurar atendimento médico ao sentir dor, pois a doença pode virar crônica.


“A grande maioria vai sumir, assim como uma gripe. Mas uma parcela dos pacientes pode desenvolver pericardite crônica, não mais aguda. Nesse caso, o pericárdio fica espesso, mais grosso, e pode dar problema. O pericárdio restringe o movimento do coração e na hora da diástole, na hora que o coração relaxa, não tem espaço suficiente, e o paciente pode desenvolver insuficiência cardíaca.”


A melhor prevenção contra a doença é não farmacológica, já que na maioria dos casos ela acontece após inflamação e infecções por vírus ou bactérias transmitidas pelo ar.


“Não existe uma medida específica. Como agora estamos usando máscara novamente, acabamos evitando a infecção, inclusive por vírus que podem causar pericardite. Além de manter a higiene das mãos com álcool ou água e sabão, usar máscara em locais com muita gente e evitar aglomeração”, finaliza Brasil.


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