Estimativa da FGV aponta crescimento de 0,2% do PIB no segundo trimestre
O Monitor do PIB-FGV estima que a atividade
econômica brasileira teve um crescimento de 0,2% no segundo trimestre deste ano
em relação ao primeiro, segundo dados divulgados nesta terça (15). Quando
comparado ao mesmo período do ano passado, o crescimento no primeiro trimestre
atingiu 2,6%.
Em uma análise mensal, a economia teve um
aumento de 1,3% em junho em relação a maio e de 2,7% em comparação a junho de
2022.
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, afirma que
após um sólido crescimento no primeiro trimestre, houve uma desaceleração no
segundo trimestre.
“Apesar da forte retração registrada pela
agropecuária, os modestos crescimentos do setor industrial e de serviços
colaboraram para o resultado positivo de 0,2% no 2º trimestre”, disse.
De acordo com ela, o resultado “demonstra uma resiliência geral da economia, ainda que parte dos ganhos advindos da agropecuária tenham diminuído”. Juliana afirma que esse crescimento moderado também evidencia a “dificuldade da economia em reagir de maneira mais vigorosa, dada a baixa atividade de investimento, taxas de juros elevadas e o elevado endividamento das famílias”.
O levantamento da FGV aponta que o consumo das famílias
apresentou um crescimento de 2,3% no segundo trimestre. Como já destacado em
edições anteriores do Monitor, esse crescimento vem se reduzindo desde o final
de 2022. O consumo de serviços e produtos não duráveis tiveram menor
contribuição nesse período, sendo as principais razões para a desaceleração do
consumo.
Já as exportações de bens e serviços tiveram um
crescimento de 14,1% no segundo trimestre. Quase todos os componentes das
exportações tiveram aumento nesse período, mas apenas dois explicam a maior
parte do resultado positivo. As exportações de produtos agropecuários (30,1%) e
da exploração mineral (23,8%) foram responsáveis por cerca de 80% do desempenho
positivo das exportações.
As importações totais tiveram um aumento de 6,8%
no segundo trimestre. As importações de bens de consumo, com crescimento de
29,7%, e de bens de capital, com aumento de 18,2%, representaram mais de 60% do
crescimento desse componente. A única nota negativa foi a importação de
produtos agropecuários, que retraiu 30,8%.
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB no segundo semestre de 2023, em valores correntes, tenha alcançado a cifra de R$ 5,74 trilhões.