Estudo confirma que mãos e superfícies ajudaram a espalhar coronavírus dentro de casas – Notícias









Um estudo divulgado nesta quinta-feira confirma pela primeira vez empiricamente que a propagação do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, dentro das residências se deveu a sua presença em mãos e superfícies, o que, diante de futuras pandemias, justifica a necessidade de as pessoas terem uma boa higiene.


O estudo, liderado por cientistas do Imperial College London em colaboração com a UKHSA (Agência de Segurança da Sáude do Reino Unido) e a Universidade de Oxford, mostra que o risco de infecção entre parentes aumentava se o vírus estivesse presente “nas mãos das pessoas e superfícies das casas que são tocadas com frequência”.


A pesquisa liderada por Ajit Lalvani, publicada em The Lancet Microbe, não examinou a presença do vírus no ar, mas não descarta também que ele tenha sido transmitido desta forma.


Os pesquisadores examinaram 414 contatos vivendo nas mesmas casas que 279 casos diagnosticados, entre 1º de agosto de 2020 e 31 de março de 2021, no auge da pandemia e quando poucas pessoas tinham sido vacinadas. A faixa etária era de 6 a 79 anos, e 52% eram mulheres.


Todos os “contatos” foram submetidos a testes PCR regulares para detecção do Sars-CoV-2, e também foram obtidas raspagens das mãos tanto dos casos primários como de seus parentes, bem como de superfícies comumente manuseadas, tais como maçanetas de porta de geladeira, chaleiras e torneiras de cozinha.


Os pesquisadores descobriram que, “se o vírus fosse detectado nas mãos dos casos primários, seus parentes teriam 1,7 vez mais probabilidade de serem infectados do que aqueles em casas onde os casos primários não tinham o vírus em suas mãos”.


Se o vírus estivesse presente em superfícies, os contatos teriam 3,8 vezes mais probabilidade de ter o vírus em suas mãos e 1,7 vez mais probabilidade de testar positivo em um exame PCR.


Lalvani diz que, “até agora, a presença do vírus nas mãos das pessoas ou em superfícies domésticas não se mostrou capaz de prever a transmissão aos demais membros da família dentro de casa”.


Portanto, os resultados apoiam a adoção de certas medidas dentro da casa quando alguém é contaminado, em particular “lavagem frequente das mãos, desinfecção regular da superfície e distanciamento físico, além do uso de máscaras para retardar a propagação da Covid-19”, diz o estudo.



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