Governo de Xi Jinping critica restrições impostas a passageiros chineses


A China criticou o que chamou de “restrições inaceitáveis ​​e politicamente motivadas” de viagens de seus cidadãos para países no exterior. Diversos países estão exigindo testes de covid negativos de passageiros vindos da China e alguns cogitam até mesmo suspender a entrada de chineses.

Desde que a rígida política de covid zero foi flexibilizada, no começo de dezembro, a imprensa tem relatado filas em hospitais e aumento da demanda em crematórios. Nos números oficiais, a China diz que não há mortos por covid desde a reabertura e a redução das restrições. O país também parou de contar o número de casos.

O governo de Xi Jinping pretende reabrir completamente as fronteiras no domingo 8, fechadas desde o início da pandemia, em 2020. Nesses três anos, também houve confinamento obrigatório de cidades inteiras, testes em massa e quarentena obrigatória. No último mês, os testes foram suspensos, os confinamentos abrandados e casos assintomáticos ou leves de covid não precisam mais ficar em isolamento.

A política de covid zero levou a economia da China a uma estagnação, e, agora, o governo pretende reabrir as fronteiras e facilitar a viagem de estrangeiros, cuja entrada no país tem sido precedida de teste negativo e quarentena obrigatória.

Porém, a falta de transparência na contagem dos doentes e o possível aumento no número de casos levaram muitos países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Itália, a impor a obrigatoriedade de testes a passageiros da China.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta terça-feira, 3, que essas restrições estrangeiras carecem de qualquer base científica, chamando-as de excessivas e politicamente motivadas.

“Nós nos opomos firmemente à prática de usar a pandemia e manipular medidas de prevenção para atingir objetivos políticos”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado nesta terça-feira. Ela disse que a China está considerando ações recíprocas, sem dar mais detalhes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse ter pedido detalhes sobre a pandemia a cientistas chineses durante uma reunião a portas fechadas, nesta terça-feira.

Apesar da reabertura, uma recuperação econômica significativa da China não é realista no primeiro trimestre de 2023, disse Hao Hong, economista-chefe do Grow Investment Group, em entrevista ao The Wall Street Journal. Hong acredita que a recuperação possa ser afetada pela probabilidade do crescimento do número de infecções e pelo consequente fechamento de fábricas e cadeias de suprimentos nos próximos meses.





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