Governo Milei adia anúncio de medidas econômicas para terça-feira – Prisma



O governo de Javier Milei, o presidente que tomou posse na Argentina neste domingo (10), adiou para esta terça (12) a apresentação detalhada das medidas econômicas destinadas a conter os gastos públicos.


O novo porta-voz do governo fez uma aparição nesta segunda-feira (11) para falar em nome da administração. Enquanto isso, o ministro da economia, Luis Caputo, ficou encarregado de anunciar as medidas, o que está previsto para ocorrer nesta terça-feira.



Milei já delineou os principais pontos do plano para reduzir o déficit público. O novo presidente pretende realizar cortes agressivos de despesas, equivalentes a 5% do PIB do país. Esses cortes afetarão subsídios, incluindo aqueles que diminuem os preços de energia, combustíveis e transporte público.


Economistas, bem como o próprio governo, reconhecem que a população sofrerá inicialmente, mas consideram esse caminho necessário para controlar a inflação, que atingiu mais de 140% nos últimos 12 meses.


Durante a cerimônia de posse, Milei aproveitou para alertar sobre os meses difíceis que virão e afirmou que o dinheiro acabou, então não há alternativa ao choque.


A expectativa era de um dia com grande volatilidade cambial e maior desvalorização do peso, a moeda argentina. No entanto, até o momento, o dólar blue manteve-se relativamente estável, ficando em torno de 1.000 ARS por dólar. Nos últimos três meses, a moeda argentina já sofreu desvalorização superior a 100%.


A primeira medida de Milei foi a redução do número de Ministérios, que diminuíram de 18 para 9. Além disso, o presidente revogou um decreto que impedia a nomeação de parentes, para permitir que sua irmã e braço direito, Karina Milei, assumisse a secretaria-geral da Presidência.


Na visão deste blog, Javier Milei adotou uma postura inteligente ao não prometer dias tranquilos para a população argentina, que lotou as ruas durante a posse. O caminho para sair da crise não é fácil, pois seu governo terá que efetuar cortes de gastos que impactarão a todos e, principalmente, deve cessar a impressão de dinheiro para quitar as contas.


Se o ajuste for eficaz, os investimentos poderão reativar a economia e proporcionar momentos melhores para os argentinos. Contudo, essa mudança não ocorrerá de um dia para o outro. Resta a dúvida se Milei terá força e apoio político para fazer essa difícil alteração de rumo e se a população terá paciência para aguardar que isso se concretize.


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