Haddad confirma que quer ajudar a Argentina com exportações em moeda chinesa
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, confirmou nesta quarta (23) que o governo brasileiro quer ajudar a Argentina com exportações utilizando o Yuan chinês, moeda chinesa, em vez do dólar. Este formato de socorro à combalida economia do país vizinho foi mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na terça (22) durante a live semanal.
“Nós já encaminhamos para o governo argentino uma proposta de garantia, em yuan, das exportações brasileiras. Isso inclui a garantia do Banco do Brasil de fazer o câmbio para reais a partir desta garantia”, disse Haddad em registro da CNN Brasil.
Segundo o ministro, a garantia a ser dada será
de US$ 100 milhões a US$ 140 milhões (R$ 681 milhões), com a conversão feita
pelo Banco do Brasil em Londres. Após o câmbio, os exportadores brasileiros
receberão os pagamentos diretamente em real.
Fernando Haddad disse que a proposta é benéfica para os exportadores brasileiros, que enfrentam dificuldades para fechar negócios com os argentinos pela falta de dólares no país e também pela queda do valor do peso. A Argentina tem baixas reservas da moeda norte-americana, com uma grave crise que desvalorizou a divisa nacional.
“Pode ser uma boa notícia, se Argentina
concordar, porque eles podem ter algum fluxo de venda dos seus produtos com
100% de garantia. E para o Brasil não haveria problemas porque há a garantia de
que o câmbio vai ser feito do yuan para o real”, disse ele.
O ministro afirmou que a ideia também “tranquiliza o Tesouro Nacional de que não há risco de um default [calote]”. A garantia dos até US$ 140 milhões será dada pelo Tesouro Nacional apenas aos exportadores brasileiros. Não se trata, portanto, de nenhuma injeção direta de recursos na Argentina.
A garantia, disse o ministro, será acionada apenas se houver calote dos argentinos mesmo em yuan.