Haddad nega pressão do Centrão e diz que apostas ficam na Fazenda
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou na noite desta segunda (19) que a exoneração do assessor especial da secretaria-executiva da pasta, José Francisco Manssur, ocorreu a pedido do próprio servidor. Haddad negou que a saída tenha ocorrido por pressão do Centrão.
Ao ser questionado sobre o assunto por
jornalistas, na saída do ministério, em Brasília, o ministro reforçou que
Manssur era um profissional de alta qualidade, cuja principal atribuição, a
entrega da proposta do governo federal para a regulamentação de apostas
esportivas, já estava concluída desde o ano anterior.
“O Manssur esteve aqui para formatar o projeto
[de lei] e foi um processo muito bem encaminhado por ele. Ele é um profissional
de altíssima qualidade. Mas enfim [a exoneração] é a pedido. Ele vai enfrentar
outros desafios. Não tem nada a ver com isso [pressões do Centrão]”, disse o
ministro.
Segundo Haddad, a gestão da arrecadação proveniente da taxação de apostas esportivas ficará sob a responsabilidade da Fazenda, e que caberá ao secretário de Reformas Econômicas da pasta, Marcos Pinto, indicar o novo responsável pela supervisão desse tema no Ministério. Por outro lado, o Ministério dos Esportes terá a função de garantir a integridade das apostas e evitar manipulações.
Havia uma disputa nos bastidores sobre qual
ministério ficaria responsável pela arrecadação dos impostos sobre as apostas
esportivas, que pode chegar a R$ 2 bilhões neste ano.
Além disso, o ministro expressou o interesse do
governo federal em retomar a tramitação com urgência dos projetos de lei que
compõem a agenda microeconômica, como os relacionados a seguros, mercado de
capitais e crédito. Haddad destacou que é fundamental que a Câmara dos
Deputados e o Senado reconsiderem essa questão, visando impulsionar a economia
do país.
Este, aliás, será o tema de uma reunião na manhã
desta terça (20) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o
vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); os ministros Rui Costa (Casa Civil), Márcio
Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo
Pimenta (Secretaria de Comunicação).
Também vão se reunir a eles os líderes do governo no Congresso (senador Randolfe Rodrigues, sem partido-AP), no Senado (Jaques Wagner, PT-BA) e na Câmara (José Guimarães, PT-CE) com o chefe do gabinete pessoal do presidente, Marco Aurélio Marcola.