Hakimi nasceu em Madrid e tirou a Espanha da Copa do Mundo


O lateral marroquino Achraf Hakimi, nascido e criado em Madri, converteu o pênalti decisivo da histórica classificação do Marrocos para as quartas de final da Copa do Mundo contra a Espanha, seu país de adoção.

Foi com uma cobrança de cavadinha, no meio do gol, com o goleiro Unai Simon caindo à direita e observando a bola entrar lentamente para levar à loucura a torcida marroquina presente no estádio Cidade da Educação, em Doha.

Um pênalti que entrou para a história do futebol do Marrocos, que pela primeira vez chega às quartas de final do Mundial.

“Merecemos escrever esta página da história”, previu Hakimi, de 24 anos, depois da vitória dos ‘Leões do Atlas’ sobre o Canadá por 2 a 1 na fase de grupos, que definiu a classificação da equipe para as oitavas.

O Marrocos foi a única seleção árabe a passar para a fase de mata-mata no Catar. Em suas cinco participações anteriores, só conseguiu chegar às oitavas em 1986, quando foi eliminado pela Alemanha Ocidental por 1 a 0, com um gol de falta Lothar Matthaus a dois minutos do final da partida.

“Conseguir algo grande com o seu país é melhor do que com o seu clube. Jovem, vi a última geração que tinha jogado o Mundial, e sonhava em ser como eles”, destacou o lateral.

No segundo tempo, antes de bater uma falta, Hakimi sorriu com as palavras de Luis Enrique, técnico da Espanha, que se aproximou para lhe dar um tapinha amistoso.

De nada serviu na hora dos pênaltis, quando Hakimi deu o golpe de misericórdia em sua “segunda pátria”.

“A Espanha é seu segundo país, sua casa. É a primeira casa contra a segunda”, sussurrava seu pai, Hassan, com um sorriso, um dia antes do jogo.

Filho de pais marroquinos radicados na Espanha na década de 1980, Hakimi nasceu em Getafe (sul de Madri), no bairro de Las Margaritas.

De lateral promessa à realidade

Casado com uma atriz espanhola (Hiba Abouk), começou no futebol no Ofigevi e rapidamente chegou ao Real Madrid, onde passou por todas as categorias de base e inclusive disputou vários jogos pelo time principal, mas não teve continuidade.

Então iniciou uma passagem de alto nível pelo Borussia Dortmund em 2018. Dois anos depois, se transferiu para a Inter de Milão e, em 2021, chegou ao Paris Saint-Germain por 68 milhões de euros.

Hakimi inclusive passou brevemente pela seleção juvenil espanhola, mas se deu conta de que lá não era “o lugar adequado” para ele: “Não me sentia em casa”, disse o jogador na segunda-feira, em entrevista ao jornal esportivo Marca.

Hoje, sua imagem brilha nos arranha-céus de West Bay, a famosa orla da baía de Doha, junto com a de outros craques como Luka Modric, Neymar, entre outros.

E a partir desta terça-feira, depois de seu pênalti de cavadinha e a classificação para as quartas de final, Hakimi se torna uma lenda do futebol marroquino e de todo o mundo árabe.

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