Indústria cresce apenas 0,1% em junho, mas retrai 0,3% no semestre
A produção industrial brasileira teve um
crescimento tímido de apenas 0,1% no mês de junho de acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça
(1º). O volume é menor do que o registrado em maio (0,3%) e aponta uma retração
de 0,3% no primeiro semestre do ano.
Segundo o instituto, apenas uma das quatro grandes categorias econômicas registraram crescimento. A indústria extrativa teve um avanço de 2,9%, impulsionada pela extração de petróleo e minério de ferro.
Já entre os ramos industriais pesquisados, sete dos 25 mostraram crescimento, como confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (1,2%) e de produtos de metal (1,2%). Já entre as 16 atividades em queda, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,0%) e máquinas e equipamentos (-4,5%) exerceram os principais impactos.
André Macedo, analista da pesquisa, explica que
o resultado de junho mostra uma taxa muito próxima da estabilidade. De acordo
com ele, os dois meses de alta em sequência não reverteram a perda de abril,
quando a taxa foi -0,6%.
“Ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre
saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022; o
ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do
passado recente, ainda com 1,4% abaixo
do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020”, disse.
Segundo o analista, há uma relação “muito clara” com o setor extrativo, que exerce uma liderança em termos de crescimento, com expansão de 5,8% nos primeiros seis meses do ano, com destaque para minério de ferro e petróleo. Macedo também ressalta a importância dos resultados, dentro dessa categoria, dos setores de alimentos, mais especificamente os produtos açúcar e os itens derivados da soja; e de derivados do petróleo.
Avanço na comparação com junho de 2022
Na comparação dos resultados de junho de 2023
com o mesmo mês de 2022, a produção industrial avançou 0,3%, com destaque
também para a indústria extrativa, que registrou um avanço de 11%.
Outros setores como produtos alimentícios
(4,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,3%),
impressão e reprodução de gravações (23,7%) e outros equipamentos de transporte
(10,1%) também deram contribuições positivas.
Já entre as 17 atividades em queda, registraram
retração as atividades de produtos químicos (-9,4%), veículos automotores,
reboques e carrocerias (-6,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(-13,0%), máquinas e equipamentos (-7,3%) e equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (-12,6%), que exerceram as maiores influências.
O setor produtor de bens intermediários cresceu
1,8% no período, segunda taxa positiva consecutiva na comparação interanual,
mas menos intensa do que a do mês anterior (3,1%). A produção de bens de
consumo semi e não duráveis teve variação positiva de 0,1%, também registrando
a segunda alta seguida, porém, menos intensa do que a registrada no mês
anterior (0,9%).
Por fim, o segmento de bens de consumo duráveis teve queda de 3,9% em junho de 2023 na comparação com junho de 2022, interrompendo cinco meses consecutivos de crescimento nesse tipo de comparação, enquanto o setor produtor de bens de capital apresentou recuo de 10,3% e marcou a 10ª taxa negativa consecutiva nessa comparação.