Israel cogita criar tribunal especial para julgar terroristas do Hamas  – Notícias



O sistema judicial de Israel considera a criação de um tribunal especial para julgar os membros do Hamas que participaram do ataque-surpresa do grupo terrorista no último dia 7 de outubro, informou a agência pública israelense KAN, nesta sexta-feira (3).


O Procurador-Geral da República, a Procuradoria-Geral do Estado, a Administração dos Tribunais e o Ministério Público do Estado consideram que não cabe a um tribunal regular julgar os terroristas envolvidos no massacre. O Ministério da Justiça examina legislação que autorizaria um tribunal especial para julgar os extremistas que atuaram na ofensiva.



Segundo o jornal local The Jerusalem Post, o julgamento pode ter como base o caso de Adolf Eichmann, que foi transmitido internacionalmente pela televisão para chamar atenção para os crimes dos nazistas.


Eichmann, um dos principais organizadores do Holocausto, foi julgado ao abrigo da Lei dos Nazistas e Colaboradores Nazistas de 1950, que tornava crimes contra o povo judeu em crimes contra a humanidade e crimes de guerra passíveis de pena de morte.


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O ministro da Energia, Israel Katz, sugere que os terroristas envolvidos no ataque de 7 de outubro sejam julgados como nazistas. Para tal, em 24 de outubro ele solicitou permissão, por meio de carta, ao ministro da Justiça, Yariv Levin, para criar um tribunal que funcionaria de acordo com a lei de Israel para processar nazistas e colaboradores. A lei permitiria que Israel executasse os terroristas, algo que só é possível fazer sob as leis relativas aos nazistas.


“Os atos desses vis desgraçados do Hamas, que cortaram cabeças e membros, torturaram, queimaram, estupraram, não são menos graves que os dos nazistas”, escreveu Katz.


O ataque


Segundo as autoridades israelenses, o ataque de 7 de outubro deixou cerca de 1.400 mortos, sendo a maioria civis. Só no festival de música onde ocorreu a ofensiva, 260 corpos foram encontrados. Mulheres, crianças e idosos estão entre as vítimas.


O Hamas também sequestrou centenas de israelenses — pelo menos 242, segundo o último balanço. Em entrevista coletiva, o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que há estrangeiros entre os raptados, “cuja identidade é difícil de precisar, assim como a comunicação com as famílias”.


Após o ataque, Israel respondeu com bombardeios incessantes e o cerco total à Faixa de Gaza, impedindo o acesso de palestinos a produtos básicos, como água, comida, medicamentos, energia elétrica e combustível. Centenas de caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah nas últimas semanas. Apesar disso, Israel impediu a entrega de combustível ao território palestino, alegando que isso poderia beneficiar o Hamas.


A escassez de combustível já levou ao fechamento de vários hospitais de Gaza, entre eles o único hospital oncológico do território palestino. Na falta de medicamentos, os poucos hospitais que ainda funcionam estão realizando procedimentos sem anestesia. No Hospital Al-Shifa, o maior da região, o pessoal médico descreveu as condições de trabalho como “catastróficas”.


Nesta sexta-feira (3), o Ministério da Saúde do Hamas informou que 9.227 pessoas, incluindo 3.826 crianças, morreram em Gaza desde o início da guerra com Israel. Os bombardeios também deixaram pelo menos 32 mil feridos, segundo a mesma fonte. Apesar dos crescentes apelos para um cessar-fogo, Israel afirmou que não deixará de atacar Gaza até erradicar o Hamas.



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