Lula diz não se opor a trabalho aos domingos, mas quer “jornada diferenciada” para comerciários
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (4) que não é contra o trabalho aos domingos, mas defendeu uma “jornada diferenciada” para funcionários do comércio. No ano passado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, editou e, após a repercussão, suspendeu uma portaria que restringia o trabalho neste setor nos feriados.
“Eu não sou contra o trabalhador do comércio trabalhar no domingo, porque muita gente só pode ir fazer compra no final de semana, ou depois das 19h, 20h da noite. Tem gente que não pode de dia… Mas isso não significa que você tem que obrigar o cara a trabalhar todo sábado e domingo”, disse Lula. O presidente fez a declaração durante a cerimônia de assinatura do projeto para regulamentação do trabalho de motoristas em plataformas de aplicativos.
“Se você tem os plantonistas na rede hospitalar, você pode criar uma outra categoria dos comerciários para atender a demanda… Nós temos que resolver o problema dos comerciários. Os sindicatos não são contra trabalhar no domingo, os sindicatos querem que as pessoas tenham uma jornada respeitada e eles tenham um tratamento diferenciado para atender uma demanda extra, que a sociedade precisa e que o dono do shopping precisa”, afirmou.
A iniciativa do governo, que foi suspensa, revogava a portaria 671/2021, emitida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que dava permissão permanente para o funcionamento do comércio. Com isso, os funcionários do segmento precisariam de autorização pela Convenção Coletiva de Trabalho para atuarem nos feridos.