Lula diz que “não é obrigação do MEC” cuidar de escolas cívico-militares
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou publicamente nesta sexta (14) a decisão dos ministérios da Educação e da Defesa de encerrar o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, tomada na quarta (12).
O programa foi uma das principais bandeiras na área de educação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a decisão de encerrá-lo vem sendo questionada por entidades e estados, que anunciaram a manutenção do formato com recursos próprios.
“Ainda ontem o Camilo [Santana, ministro da Educação] anunciou o fim do ensino cívico-militar, porque não é a obrigado do MEC cuidar disso. Se cada estado quiser criar [escolas cívico-militares], que crie. Se cada estado quiser continuar pagando, que continue”, disse durante a cerimônia de sanção da lei que retoma o programa Mais Médicos.
Lula afirmou que o ministério “tem que garantir a educação civil, igual, para todo e qualquer filho de brasileiro ou brasileira”.
A fala foi precedida de uma série de críticas ao
governo do ex-presidente, que ele alega ter desmontado dezenas de políticas
públicas desde 2018 e que já teve de recriar 37 delas, como Farmácia Popular,
merenda escolar, reajuste de servidores, entre outros.
Desde que anunciou o fim do programa, pelo menos
18 estados e o Distrito Federal decidiram manter o formato, como Minas Gerais,
Goiás, Paraná, São Paulo, entre outros.
Há, atualmente, 216 instituições no país que funcionam no modelo de escolas cívico-militares, a partir da gestão compartilhada entre militares e civis. Ao todo, as instituições atendem 192 mil alunos em 23 Estados e no Distrito Federal.