Maior produtor de cevada do país, Paraná ganha nova fábrica de malte
A indústria paranaense de bebidas foi a que mais cresceu no segmento no ano passado
Maior produtor de cevada do país, o Paraná vai ganhar uma nova fábrica para a produção de malte para a indústria cervejeira. A Cooperativa Agrária anunciou na quarta-feira (21), em reunião com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, um investimento de R$ 500 milhões para a construção de uma maltaria em Guarapuava, no Centro-Sul do estado. O empreendimento é da Ireks do Brasil, joint venture formada pela cooperativa e pela empresa alemã Ireks, e foi incluído no programa de incentivos fiscais do governo estadual. A nova indústria será instalada no distrito de Entre Rios, ao lado de outra maltaria da Agrária, e começará a ser construída no primeiro trimestre de 2024, com previsão de iniciar a operação em 2026. A indústria paranaense de bebidas foi a que mais cresceu no segmento em 2022. Dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no acumulado de janeiro a novembro do ano passado a produção no Estado aumentou 21% em relação ao mesmo período de 2021.
A empresa vai ser a primeira no Brasil a produzir maltes especiais, produto que hoje é importado, para abastecer o mercado nacional. A previsão é gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos. Agrária e outras cinco cooperativas paranaenses estão à frente Maltaria Campos Gerais, fábrica em Ponta Grossa que tem investimento previsto de R$ 3 bilhões e também conta com apoio do Governo do Estado. A planta industrial está em fase final de construção e entre novembro e dezembro serão iniciados os testes de produção. No primeiro trimestre de 2024 a indústria já deve estar operando. Serão processadas 240 mil toneladas de malte por ano.
O presidente da Cooperativa Agrária, Adam Stemmer, explicou que a construção será feita pela Ireks, sendo que a operação da maltaria, produção e industrialização da cevada, além da comercialização do malte, serão ações lideradas pela cooperativa. “Estamos agora tratando de todas as licenças e das cotações dos equipamentos e obras civis, com a previsão de iniciar a venda dos maltes especiais em 2026. A finalidade é substituir a importação desses produtos, que passarão a ser fabricados no Paraná, em Guarapuava”, destacou Stemmer. O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, destacou que o projeto deve impactar também na balança comercial, com a nacionalização de um produto que é totalmente importado. “Vamos deixar de importar mais de US$ 40 milhões em maltes especiais por ano”, anunciou.