‘Mal orientado’, diz Grupo Parlamentar Brasil-Israel e Frente Parlamentar Evangélica sobre Lula – Notícias



O Grupo Parlamentar Brasil–Israel e a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional divulgaram nesta terça-feira (14) uma nota de repúdio conjunta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que equiparam Israel ao grupo terrorista Hamas. “Mal orientado”, diz o texto. Ao defender a criação do Estado da Palestina, o petista disse que não é justo nem correto que Israel ocupe Gaza e expulse os palestinos de lá e que a atitude do Exército israelense é “igual ao terrorismo”.



O documento é assinado pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil–Israel, e pelo deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. “O presidente Lula está mal orientado pelo atual grupo que comanda o Ministério das Relações Exteriores e que, cada vez mais, leva o Brasil a se apequenar no cenário mundial entre os países desenvolvidos e democráticos”, diz a nota. Leia a íntegra:


O Grupo Parlamentar Brasil-Israel e as Frentes Parlamentares Evangélicas do Senado e do Congresso Nacional condenam veementemente os ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado de Israel, comparando uma nação soberana e democrática aos terroristas do Hamas.


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O presidente Lula deveria agradecer aos israelenses que alertaram a Polícia Federal brasileira sobre os possíveis atentados terroristas do Hezbollah no Brasil, e que certamente matariam inocentes em nosso território.


Lula omite que o Hamas perpetrou um ataque covarde ao Estado de Israel, matando, estuprando e queimando perto de 1.3 mil pessoas. Outras três centenas são mantidas reféns pelo grupo terrorista, em Gaza.


O Brasil de forma oficial deveria criticar e exigir o fim do financiamento ao terrorismo mantido pela República Islâmica do Irã aos grupos do Hamas e Hezbollah. É bom lembrar ao presidente Lula, que o Irã se tornou recentemente membro dos Brics por influência do Brasil.


O presidente Lula está mal orientado pelo atual grupo que comanda o Ministério das Relações Exteriores e que, cada vez mais, leva o Brasil a se apequenar no cenário mundial entre os países desenvolvidos e democráticos.


É importante, ainda, informar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que Israel é o único país do Oriente Médio em que os cristãos, judeus e muçulmanos podem professar livremente a fé e criar os filhos nas próprias crenças protegidos pela legislação.






Críticas da comunidade judaica




Vários representantes da comunidade judaica criticaram o presidente Lula após a declaração. Para o rabino Rav Sany, diretor do Olami Faria Lima, a insistência de Lula revela a necessidade de “conhecer melhor o assunto”.


“O presidente insiste em comparar o incomparável: uma organização terrorista como o Hamas, que usa os próprios cidadãos como escudo humano, com um Estado democrático e pluralista, como Israel, que só quer se defender do ataque bárbaro e selvagem, além do desejo de resgatar reféns. Lamento profundamente.” O rabino também sustentou que, ao contrário do que alega Lula, Israel não está atacando os hospitais, “está entregando combustível para o local funcionar, e o Hamas o confisca”.


A nova comparação foi feita nesta terça-feira (14), durante o programa Conversa com o Presidente, veiculado nas redes sociais. “É verdade que houve ataque terrorista do Hamas, mas o comportamento de Israel fazendo o que está fazendo com criança, hospital, com mulheres […] é igual ao terrorismo”, declarou Lula.


Em nota, o Instituto Brasil Israel (IBI) manteve a posição crítica sobre a avaliação feita por Lula. “É uma pena que o governo do Brasil, diante da tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito”, declarou, acrescentando que a acusação feita pelo presidente “reforça os extremistas de ambos os lados e enfraquece as partes que lutam por um futuro de coexistência para israelenses e palestinos”.


O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, classificou como “equivocadas e perigosas” as falas de Lula. “Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas. Estimulam entre seus muitos seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender a rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil”, disse Lottenberg. “A comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades e uma atuação serena que não importe ao Brasil o terrível conflito no Oriente Médio.”


Nesta segunda-feira (13), lideranças políticas e religiosas também rebateram a declaração do presidente que equiparou a defesa de Israel aos ataques do grupo terrorista. A fala foi classificada por políticos como equivocada e “fruto de desconhecimento” sobre a “selvageria” do Hamas, que causou mortes de civis e crianças em atentados.


Representantes da comunidade israelita no Brasil reagiram à declaração de Lula. O líder do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil–Israel, o deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), definiu o comentário como “equivocado”. Ao R7, ele disse que Lula sabe e conhece a situação de conflito na Faixa de Gaza, “mas não admite a realidade dos fatos”.


O parlamentar também afirmou que os movimentos de Israel e do Hamas são “completamente distintos”. “O Hamas, quando atacou Israel, em nenhum momento avisou civis ou quem quer que seja do ataque, que foi premeditado para atacar civis. Israel, por outro lado, pediu para que os civis palestinos saíssem da Faixa de Gaza. O que percebemos é que o próprio grupo Hamas é que faz as pessoas de escudo humano”, completou.


O presidente executivo do grupo StandWithUs Brasil, André Lajst, disse que as falas de Lula são graves.


“Lula omite que o Hamas perpetrou um ataque covarde ao Estado de Israel, matando, estuprando e queimando perto de 1,3 mil pessoas. Outras três centenas são mantidas reféns pelo grupo terrorista, em Gaza. O Brasil de forma oficial deveria criticar e exigir o fim do financiamento ao terrorismo mantido pela República Islâmica do Irã aos grupos do Hamas e Hezbollah. É bom lembrar ao presidente Lula que o Irã se tornou recentemente membro dos Brics por influência do Brasil. O presidente Lula está mal orientado pelo atual grupo que comanda o Ministério das Relações Exteriores e que, cada vez mais, leva o Brasil a se apequenar no cenário mundial entre os países desenvolvidos e democráticos. É importante, ainda, informar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que Israel é o único país do Oriente Médio em que os cristãos, os judeus e os mulçumanos podem professar livremente a fé e criar os filhos nas próprias crenças protegidos pela legislação.”



“O presidente brasileiro equiparou Israel, um Estado democrático, com um grupo terrorista com intentos abertamente genocidas que massacrou cerca de 1.200 pessoas — dentre elas, três brasileiros — e sequestrou 240 pessoas”, disse a entidade. “Israel não mata ‘inocentes sem nenhum critério’”, acrescentou. O grupo afirma ainda que todas as vidas perdidas nesse conflito são de igual valor, palestinas e israelenses. “E é lastimável que tantos civis inocentes estejam morrendo. Justamente por causa disso, é necessário compreender corretamente as causas dessa tragédia e os verdadeiros responsáveis por ela”, concluiu.



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