Marina “jamais será contra” explorar petróleo na foz do Amazonas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta (14) que tem “certeza” que a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) não será contra a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, na altura da costa do Amapá, na bacia da chamada Margem Equatorial.
Lula redobrou a pressão nesta semana para que o Ibama libere o licenciamento ambiental necessário para a Petrobras perfurar um posto de teste a 570 quilômetros de distância da foz efetiva do Rio Amazonas. O Ibama é subordinado ao ministério de Marina e vem emperrando a autorização há dois anos, com sucessivos pedidos à Petrobras por mais estudos e informações.
“Eu tenho certeza que a Marina jamais será contra, porque ela é uma pessoa muito inteligente. E o que a Marina quer é o seguinte: ‘não é que eu não quero fazer, é como fazer’. Esse ‘como fazer’ é o que eu quero, que ela quer e que você [entrevistador] quer”, disse Lula em entrevista à rádio Clube de Belém, onde cumpre agenda nesta sexta (14).
De acordo com o presidente, a Petrobras tem toda a capacidade necessária para explorar petróleo na região e está com uma sonda parada que custa US$ 500 mil por dia que “precisamos colocar para funcionar”.
Lula usa como argumento para liberar a exploração o fato de que o Suriname e a Guiana Francesa – países que fazem fronteira com o Brasil logo acima do Amapá – já prospectam petróleo na região a 50 quilômetros de distância.
E também que, se há mesmo uma riqueza em óleo na região, que só será verificada se o poço de pesquisa for perfurado, os ganhos com a exploração poderão financiar a transição energética no Brasil e políticas públicas de educação, saúde, etc.
“Se a gente tiver capacidade de fazer isso, e a Petrobras tem, o governo quer, o ministro Rui Costa (Casa Civil) está trabalhando muito, a gente quer mostrar pro Ibama, pra Marina, pros especialistas que é plenamente possível a gente fazer a prospecção de petróleo lá”, completou ressaltando que os recursos também ajudarão a cumprir a meta de desmatamento ilegal zero até 2030.