Medida do governo Bolsonaro permitiu importar energia após apagão
De acordo com informações compartilhadas por técnicos durante a reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil precisou importar energia elétrica do Uruguai e da Argentina por conta do apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal no último dia 15.
O Brasil importou 216 megawatts-médios (MWmed) da Argentina e 40 MWmed do Uruguai.
Segundo os técnicos, a importação se deu em caráter emergencial, que só foi possível graças a uma medida adotada no governo Bolsonaro.
A Portaria 49/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME), comandado pelo então ministro Adolfo Sachsida, permitiu a negociação diária do excedente de geração de energia de usinas hidrelétricas que integram o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).
Com a medida, o Brasil passou aproveitar a água em excesso nos reservatórios para a geração de energia. A portaria entrou em vigor no dia 3 de outubro de 2022.
Como as condições meteorológicas e hidrológicas para geração de energia elétrica têm sido favoráveis este ano, o Brasil tem exportado energia para os dois países amigos quase que diariamente. Por isso, segundo os técnicos da ONS, o Brasil tinha saldo para receber esta energia.
Apagão
A ONS continua investigando a causa do apagão que afetou todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), mas descarta qualquer tipo de sabotagem. Roraima foi o único estado que não sofreu com o apagão por não estar conectado ao SIN.
Na última terça-feira (22), a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as causas do apagão.
“A investigação, que corre em sigilo, apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública”, disse a corporação, em nota.
Também na terça, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que está com uma auditoria em andamento para avaliar a responsabilidade do governo.