Novo arcabouço pode espremer gastos com educação e saúde, diz Galípolo
O secretário executivo do Ministério da Fazenda,
Gabriel Galípolo, disse nesta terça (30) que o projeto do novo arcabouçou
fiscal pode “espremer” gastos com educação e saúde para cumprir as metas
previstas para os próximos anos.
“A verdade é que, do jeito que está a regra, a
coisa está muito mais apertada do que parece. O problema é ao contrário. Acho
que isso vai vir à luz do sol rápido e as pessoas vão entender que o tema que a
gente vai ter que enfrentar é outro: é se nós estamos dispostos a espremer
educação, saúde e temas que são prioritários para o nosso país”, disse Galípolo
em evento realizado pelo Valor Econômico, segundo registra o Poder 360.
De acordo com ele, o próximo Orçamento é “apertado
e desafiador”, o que foi confirmado logo depois pela ministra Simone Tebet, do
Planejamento. De acordo com ela, o texto do novo marco fiscal não tinha “gordura”
para negociação no Congresso.
“O teto que era teto acabou virando piso na
possibilidade de gastos do ano que vem. Para que a gente possa cumprir a meta
já em 2024 de zerar esse deficit, nós colocamos um arcabouço que qualquer
mexida impacta em relação à possibilidade de gastos”, completou fazendo uma analogia
de que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, jogou uma “granada sem pino no
colo” por conta das “metas audaciosas”.
As metas, no entanto, são críveis e “possíveis de serem realizadas em relação ao resultado primário que é tentar zerar o deficit no ano que vem com uma flexibilidade de chegar a -0,25%, algo em torno de R$ 20 bilhões negativos”.