Onde as big techs devem investir nos próximos anos


É quase garantido que Google, Apple e Amazon apostem em healthtechs

No que as big techs estão de olho em relação a investimentos para os próximos anos? Para Rafael Sbarai, group product manager do Cartola Express, a resposta é simples e se divide em quatro principais setores: saúde, serviços automobilísticos, conteúdo e livestreaming. Durante palestra no segundo dia de Gramado Summit, que ocorre de 12 a 14 de abril na Serra Gaúcha, ele apostou que os focos de gigantes como Google, Apple e Amazon vêm preparando apostas em produtos específicos dessas áreas, devido ao grande potencial de crescimento e impacto econômico que podem proporcionar.

O setor de saúde já é um mercado em crescimento constante, e, recentemente, vem se deparando com a necessidade de atender a uma demanda crescente da população por cuidados médicos eficientes e de qualidade. As empresas de tecnologia podem contribuir e lucrar com soluções inovadoras em telemedicina, dispositivos médicos, inteligência artificial aplicada à saúde e outras tecnologias. Os serviços automobilísticos também vêm ganhando um espaço significativo graças à demanda por uma mobilidade urbana eficiente, sustentável e segura, e as big techs podem apostar em carros autônomos, compartilhamento de carros, transporte público e outras tecnologias do tipo. Já o investimento em conteúdo e o livestreaming se justifica pelo aumento significativo do consumo de entretenimento online nos últimos anos, com a popularização de plataformas de streaming e serviços de jogos online, por exemplo.

Segundo Sbarai, é quase garantido que Google, Apple e Amazon apostem no setor de saúde, investindo em healthtechs. Ele arrisca dizer que a Peloton, uma startup americana de “teleacademia”, que usa aulas online para orientar o uso de bikes ergométricas, logo deve ser adquirida por uma das três. “Recentemente, a Amazon comprou a Medical One, que oferece atendimento em teleconsultas, e já estudou com seus funcionários o Amazon Care, que oferecia contato direto com médicos para acompanhar o status de saúde deles. Não teve sucesso, mas a Amazon poderia, facilmente, ter um plano de saúde próprio, entregando toda a jornada de consumo do sistema de saúde”, explica, já que a Amazon conta com uma infraestrutura avançada que, nos Estados Unidos, permite a entrega de produtos em casa inclusive no mesmo dia da compra. “Mas a Amazon se movimenta devagar. É o que eu chamo de silêncio que faz barulho”, analisa. “Já a Apple aposta em wearables, que contabilizam todas as informações de saúde da pessoa. Quanto correu, quanto dormiu, batimentos cardíacos… Também é provável que vá para essa área”, completa.

No setor automobilístico, Sbarai entrega que os mais prováveis a investir são Google e Apple, principalmente com a crescente aposta de big techs em carros autônomos. A entrada de ambas no mercado de carros autônomos pode representar uma mudança significativa no cenário do setor, impulsionando a competição e estimulando novas soluções e avanços tecnológicos. Com a expertise em inteligência artificial, processamento de dados e software, essas empresas têm o potencial de revolucionar a forma como os carros são fabricados, utilizados e comercializados. Já nas áreas de livestreaming e conteúdo, a Amazon já vem garantindo seu lugar, seja com a Amazon Prime, de TV paga, ou com a IMDB, de TV aberta. Em 17 de março do ano passado, a gigante ainda adquiriu a MGM, empresa norte-americana de comunicação de massa. O sucesso do live commerce na China também está sendo observado por empresas em todo o mundo, que estão buscando adaptar o modelo para seus próprios mercados. Uma combinação de streaming ao vivo com compras online, através dele os consumidores podem assistir a apresentações de produtos em tempo real e fazer compras diretamente pelo aplicativo. Atenta a isso, a empresa de Jeff Bezos lançou, recentemente, a amazon.com/live, onde diversos criadores de conteúdo aparecem, enumerados, como canais de televisão. O comprador pode acessar um dos links e assistir, em tempo real, às recomendações de produtos dos criadores.



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