Presidente da Argentina manda investigar juízes, procuradores e empresários


O presidente da Argentina, Alberto Fernández, ordenou, na segunda-feira 5, a abertura de uma investigação criminal sobre uma suposta viagem secreta entre juízes, promotores e empresários da mídia. A viagem foi divulgada por um jornal argentino.

A ordem foi concedida um dia antes do julgamento da vice-presidente, Cristina Kirchner, cuja sentença, que pode condená-la à prisão por corrupção e fraude, deve ser divulgada nesta terça-feira, 6. Um dos juízes que supostamente estariam na viagem à residência que o empresário britânico Joe Lewis tem às margens do Lago Escondido, a poucos quilômetros de El Bolsón, estava envolvido em um dos processos de Cristina Kirchner, segundo o jornal La Nacion.

Em uma nota divulgada em suas redes sociais e no site oficial do governo, Fernández informou ter solicitado ao ministro da Justiça que requeira ao Ministério Público a apuração criminal dos fatos relativos à suposta viagem, “especialmente os relativos ao seu financiamento”; que seja solicitada ao Conselho da Magistratura a abertura de processo disciplinar para apurar a conduta dos magistrados federais; que o Congresso Nacional que avance na reforma do Judiciário; e que a conduta de funcionários públicos de Buenos Aires que tiveram relação com a viagem seja investigada, para eventual afastamento deles.

“Dói à democracia ver a promiscuidade antirrepublicana com que alguns empresários, alguns juízes, alguns promotores e alguns funcionários se movem. Até agora eles se sentiram impunes. É hora de começarem a prestar contas de sua conduta”, afirmou o presidente.

Fernández disse, ainda, que resolveu “dar esta mensagem da Casa Rosada, porque é evidente que grande parte da mídia privada decidiu não noticiar o que aconteceu naquela viagem única ao Lago Escondido”, a qual, se existiu, envolveria todos os participantes “num perverso jogo de suborno que afeta gravemente o bom funcionamento do Estado e, em particular, a administração da Justiça”.

Os juízes, procuradores e os outros integrantes da suposta comitiva ainda não se pronunciaram sobre as declarações de Fernández.

 





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