Presidente da Previ nega déficit e diz que TCU age politicamente
O sindicalista João Luiz Fukunaga, presidente da Previ – fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil – negou que a instituição tenha registrado déficit em 2024 e disse que o Tribunal de Contas da União (TCU) agiu politicamente ao aprovar a abertura de uma auditoria sobre a gestão da Previ.
Na quarta-feira (5), o TCU aprovou, com urgência, o pedido do ministro Walton Alencar Rodrigues para abertura de uma auditoria para analisar a perda de R$ 14 bilhões na Previ, no ano passado.
De acordo com Fukunaga, apesar da desvalorização de determinados ativos, a Previ chegou a novembro de 2024 com superávit de R$ 528 milhões. Para Fukunaga, a decisão do TCU “só gera barulho e prejudica os beneficiários”.
“O que a Previ teve foram sucessivos superávits, que permitiram a distribuição de R$ 25 bilhões em valores da época na forma de benefícios entre 2006 e 2013”, disse Fukunaga ao jornal Valor Econômico, nesta quinta-feira (6).
O presidente da Previ ainda destacou que a instituição divulga mensalmente o desempenho dos planos mesmo sem ter obrigação.
Questões políticas
Ao tratar de questões políticas, Fukunaga disse que sofre “ataques” de grupos divergentes dentro da Previ desde a sua nomeação em 2023.
O sindicalista chegou a ser afastado do cargo pela Justiça em 2023 e em 2024 por, supostamente, não cumprir com os requisitos mínimos.
“A cada dois anos, você tem eleição na Previ e tem grupos que disputam a entrada […] Eu sou indicado do banco, mas você tem três diretores, conselheiros, é uma gestão paritária, com uma governança muito bem estruturada”, disse.
Auditoria
De acordo com o ministro do TCU, Walton Alencar, “os resultados obtidos em 2024 dão causa a gravíssimas preocupações”.
Os dados obtidos pelo ministro a partir da divulgação pública dos registros da Previ mostram um resultado negativo no Plano 1 do fundo de pensão, entre janeiro e novembro do ano passado.
Nos anos anteriores, em 2023 e 2022, o resultado para o mesmo período foi positivo em R$ 5,6 bilhões e R$ 5 bilhões, respectivamente.
O Plano 1 trata-se do plano de previdência complementar dos funcionários do Banco do Brasil admitidos até dezembro de 1997.
“O fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados do Banco do Brasil. Comparativamente aos anos anteriores, foi pífio o desempenho atual dos planos da Previ. No ano passado, o desempenho foi substancialmente menor para quase todas as classes de investimento, renda fixa, renda variável, ativos, imobiliários e investimentos estruturados”, disse Walton Alencar durante a sessão plenária do TCU da quarta-feira (5).