Produção industrial do Sul apresenta queda em julho


IBGE nota uma perda de ritmo na indústria nacional como um todo, que pode ser observada desde março, quando atingiu um crescimento de 1,1%

Na passagem de junho para julho, a produção industrial brasileira recuou 0,6%, com quedas em quatorze dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores quedas foram no Amazonas (-8,8%), Bahia (-6%) e Pará (-4,4%), enquanto São Paulo, maior parque industrial do país, teve uma queda de 0,5%. A indústria do Sul também ficou no vermelho. A maior retração foi em Santa Catarina (-1,5%). O Paraná viu o índice cair 1,4% e o Rio Grande do Sul apresentou leve recuo (-0,1%). Por outro lado, o único avanço foi no Ceará (1,2%). Na comparação com julho de 2022, a indústria recuou 1,1% e as taxas negativas foram verificadas em onze dos 18 locais pesquisados. Já o acumulado em 12 meses mostrou variação nula (0,0%), com nove dos 15 locais analisados mostrando resultados negativos. Os dados foram divulgados pelo IBGE.

Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior. “É possível perceber uma perda de ritmo na indústria nacional como um todo, que pode ser observada desde março, quando atingiu um crescimento de 1,1%. Isso pode ser explicado pela conjuntura atual, pela taxa de juros que ainda se encontra em um patamar elevado, o que pressiona a linha de crédito disponível para o investimento. Isso recai diretamente sobre a cadeia produtiva, sobre as tomadas de decisões por parte dos produtores, já que o investimento se torna mais caro. Isso vale também para os resultados regionais, com um cenário disseminado de resultados negativos em 14 dos 15 locais pesquisados”, avalia o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

Em termos regionais, a maior queda foi no Amazonas (-8,8%), que também exerceu a maior influência no resultado nacional. Essa foi a maior retração no estado desde abril de 2023, quando apresentou taxa negativa de 14,7%. “O resultado no Amazonas foi influenciado por um baixo desempenho nos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e também o setor de bebidas, que são dois setores muito influentes na indústria local. É importante ressaltar que a taxa negativa de 8,8% desse mês é a segunda consecutiva, após apresentar recuo de 5,1% em junho, e intensifica o momento de queda na região”, analisa Almeida. A segunda maior queda (-6%) foi observada na Bahia.

Como terceira e quarta maiores influências no mês aparecem os estados do Pará (-4,4%) e de São Paulo (-0,5%). Almeida reforça que, no caso da indústria paulista, maior parque industrial do país, o resultado significa a segunda taxa negativa consecutiva, acumulando uma perda de 3,1%. “O índice foi influenciado pelos setores de máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transporte e veículos automotores. São Paulo, com esse resultado, fica 3,3% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e também fica 25% abaixo de seu patamar de produção mais alto, alcançado em março de 2011”, esclarece. O Ceará apresentou o único resultado positivo no mês, com alta de 1,2%, o que ameniza a queda de 6% observada no mês anterior.



Source link