Quente ou frio? Onde habita a mortalidade? (Parte 2)
Na primeira parte (clique para ler) publicada neste sábado, 28, vimos o quanto as baixas temperaturas são essencialmente potenciais em provocar óbitos por todo o planeta, causando no mínimo oito vezes mais ocorrências do que as alegadas temperaturas mais elevadas de um mundo assolado pelo “aquecimento global”. Também foi exposto que o problema é muito persistente no hemisfério Norte e que o fator da condição econômica e social também são relevantes, mas neste caso, para todas as pessoas do mundo. Assim sendo, ter recursos para acessar energia e tecnologias de baixo custo e alta eficiência servem para resolver tanto o problema do frio, quanto ocorrências de temperaturas elevadas. Nesta segunda parte veremos como pensam os agentes que colocam a “mudança climática” como prioridade.
Certamente poderemos tirar outras conclusões sobre o problema da mortalidade causada por temperaturas, não importando se esquenta ou se esfria. Ambas as condições podem ser amainadas com tecnologias consagradas e uso de energias e é justamente aí que temos o real gargalo. A turma alarmista novamente dá prioridade ao planeta ao invés dos seres humanos, em especial aos mais necessitados. A explicação para esta fundamentação não é longa e nem difícil de ser entendida. Vejamos que a situação de combate ao frio é muito mais custosa e difícil do que a sua inversa para as temperaturas mais altas. O frio geralmente toma vastas áreas, demora mais tempo para passar (conforme seus atributos geográficos) e consome muito mais energia para ser remediado, em especial, no âmbito residencial ou comercial. O calor elevado, por sua vez, também consome energia para ser amainado, mas em uma escala menor, utilizando-se de condicionadores de ar, ventiladores e até mesmo outros recursos, como água borrifada, efeito oásis e até mesmo um bom mergulho ou ducha refrescante podem ser soluções, dividindo o problema em uso de energia e água. Entrementes, qualquer que seja a situação, o ponto em comum é a energia.
Os alarmistas querem culpar esses óbitos pelo uso de energia obtida de petróleo ou outras fontes das quais eles dizem que “agride a natureza”. Pela hipótese deles, as pessoas estão a falecer mais pelo calor excessivo causado pelo “efeito-estufa”. Desta forma, precisaríamos cortar a energia ou utilizar fontes renováveis que não emitem o CO2. Essa foi a vergonha lançada pelo Sumário Executivo do relatório “Lancet Countdown sobre saúde e mudanças climáticas: saúde à mercê dos combustíveis fósseis”, em 25 de outubro de 2022, com objetivo de pressionar a COP-27 por mudanças sistêmicas em larga escala utilizando-se de mais sofismas. Além da linguagem sensacionalista como “eventos climáticos extremos causaram devastação em todos os continentes”, os autores do relatório, Romanello, DiNaples, Drummond e outros, além de ignorarem FATOS publicados pela própria revista cerca de um ano antes, ainda atribuíram uma pressão maior ao sistema de saúde por causa do problema de calor elevado, conflitos militares e a recessão causada na economia por motivo de COVID. Vejamos um trecho fundamental para o raciocínio:
“A dependência de combustíveis fósseis não está apenas prejudicando a saúde global por meio do aumento dos impactos das mudanças climáticas, mas também afeta diretamente a saúde e o bem-estar humanos, por meio de mercados de combustíveis fósseis voláteis e imprevisíveis, cadeias de suprimentos frágeis e conflitos geopolíticos. Como resultado, milhões de pessoas não têm acesso à energia necessária para manter suas casas em temperaturas saudáveis, preservar alimentos e medicamentos e cumprir o sétimo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (garantir acesso a energia econômica, confiável, sustentável e moderna para tudo). Sem apoio suficiente, o acesso à energia limpa tem sido particularmente lento em países com baixo IDH, e apenas 1,4% de sua eletricidade veio de fontes renováveis modernas (principalmente energia eólica e solar)”.
Os autores expressaram que a dependência por petróleo é a causa de todos os problemas de saúde, indo mais além, pois as pessoas não têm acesso à energia econômica, confiável, sustentável e moderna para absolutamente todas as suas atividades, residindo nisto os seus problemas e a para solucioná-los, bastaria ter exatamente geração de energia deste padrão! Nada mais primário do que este raciocínio. Vamos realizar a manobra de peão dando xeque-mate no rei utilizando o mundo real para explicar aos desavisados do mundo surreal como funcionam as coisas. Será que as energias sugeridas são garantidas mesmo em situações extremas de inverno, o principal motivo do número elevadíssimo de óbitos? Vejamos o seguinte trecho do periódico da Forbes onde se discutiu este assunto, em 20 de janeiro de 2022, em particular, para o Texas, cujas temperaturas são sempre elevadas no seu verão (e fizeram um enorme alarde em 2022), mas que também podem cair significativamente no inverno. No caso em questão, estavam questionando se o sistema elétrico suportaria ou falharia ao evento frio de janeiro de 2022, como ocorrido em fevereiro de 2021:
“Embora os funcionários do governo do Texas certamente não tenham feito tudo o que era necessário para garantir a estabilidade da rede no ano passado [eventos frios de 2021], eles parecem ter exigido uma climatização suficiente e outras melhorias para evitar uma falha maciça durante um evento climático de inverno bastante normal que vamos experimentar nos próximos quatro a cinco dias. Não só uma temperatura baixa de 25,0oF (–3,8oC) em Fort Worth, como vimos na manhã de quinta-feira, não é incomum nesta época do ano, mas também um frio seco. Embora alguns condados isolados em partes do estado tenham sido avisados para esperar algum granizo e talvez até algumas rajadas de neve, o norte do Texas não será coberto por uma camada de gelo e neve como aconteceu em fevereiro passado [2021].
É esse gelo, tanto quanto as baixas temperaturas, que causam o congelamento das turbinas eólicas e dos sistemas de distribuição de gás natural. É essa cobertura de gelo e neve que faz com que os painéis solares parem de produzir energia mesmo no meio do dia. Não estamos aceitando isso e, portanto, é um mistério o motivo pelo qual a Bloomberg decidiu publicar uma história na quinta-feira intitulada “Texas prepara-se para frio, granizo e um teste para a rede elétrica” [fazendo alusão de que este evento particular de janeiro de 2022 não seria tão severo].
A matéria fez uma comparação entre dois eventos meteorológicos de condições frias no Texas! Atentaram que não se esperaria algum problema muito grave para a rede elétrica, como anunciaram para o caso particular de janeiro de 2022, quando este foi comparado com o evento de fevereiro de 2021, justamente porque não havia prognóstico de rajadas de neve ou granizo severo. Contudo, deixaram muito claro como as baixas temperaturas e a ação destes elementos meteorológicos prejudicam totalmente a geração de energia fornecida pelos meios “sustentáveis”, não garantindo o abastecimento. Assim, concluímos que é exatamente o contrário do que pregaram os pesquisadores do relatório “Lancet Countdown sobre saúde e mudanças climáticas”, pois sem energia efetiva e segura (geração firme, contrária da alternativa), não haverá garantia de acesso a energia econômica, confiável, sustentável e moderna, como pregaram. É exatamente o oposto, indicando que se seguirmos o que tais “cientistas” dizem, teremos mais pessoas perecendo por causa do frio, como demonstrado, o agente mais perigoso em número de casos de óbitos.
Desta forma, concluímos que:
I – é veementemente mentirosa a afirmação de que as mortes por causa de altas temperaturas do “aquecimento global” estão a aumentar. Sempre foram as condições meteorológicas e sazonais de frio que causaram mais óbitos;
II – os óbitos, tanto para quente quanto para frio, com mais peso para este último, envolvem muito mais uma questão econômica do que fisiológica porque limitam o acesso das pessoas às fontes de energia, principalmente para uso de aquecimento. Regiões pobres naturalmente já desprovidas de fontes de energia, seja ela fornecida por combustíveis ou por eletricidade, sequer conseguem ter meios para se protegerem do frio e, obviamente, de calor excedente;
III – O acesso às fontes de energia efetivas e cada vez mais baratas é que reduziria a enorme mortalidade atribuída às temperaturas desfavoráveis, tanto para altas como para baixas. A questão é simples assim, mas precisam maquiá-la das mais variadas formas para que não seja reconhecida;
IV – Fica notório que uma energia efetiva só é garantida por fontes robustas como petróleo, gás, nuclear, hidrelétrica de montante e geotérmica, em especial, nas condições adversas. Todas as outras são alternativas que jamais poderiam participar como predominantes na matriz escalar.
Em 20 anos, 101.663.460 pessoas perderam a vida por motivos de temperaturas não ideais, mas 91.852.880 foram por causa do frio. É um valor extremamente alto! Este número é estimado ser bem maior, causando amplo debate entre os acadêmicos, tendo em vista que há outras complicações de saúde que surgem em decorrência da exposição ao frio, deslocando a ocorrência do óbito de um a cinco dias para frente, camuflando valores ainda mais elevados.
Certamente esse número poderia ser muito menor, mas a probabilidade de se agravar o problema é mais alta, não por causa de “mudanças climáticas”, mas porque governos realizam políticas públicas mal feitas, baseadas em ciência ruim e que visam cada vez mais atender aos interesses desta agenda suicida ambientalista, em prol de uma fantasia de “salvar o planeta”, em detrimento da existência das pessoas. Isto certamente deveria pôr em xeque o discurso de “Um Futuro Melhor”.