Receita da Engie tem queda de quase 19% no trimestre


Grande volume de chuvas no Sul ajudou empresa a gerar mais eletricidade entre junho e setembro

A Engie Brasil Energia obteve receita operacional líquida de R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, retração de 18,9% na comparação com o mesmo período de 2021, resultado da redução da receita de construção das linhas de transmissão devido ao avanço das obras, atenuado pelo aumento da combinação de quantidade e preço médio dos contratos de venda de energia.

A companhia sediada em Florianópolis (SC) registrou lucro líquido ajustado de R$ 710 milhões entre julho e setembro, valor 17,2% acima do mesmo intervalo de 2021. O desempenho foi positivo em decorrência do crescimento orgânico, pela adição da capacidade instalada do Conjunto Eólico Campo Largo 2 e dos Conjuntos Fotovoltaicos Paracatu e Floresta, com consequente aumento do volume de energia disponível para venda, além do maior preço médio e do impacto da desaceleração inflacionária sobre empréstimos, financiamentos, debêntures e concessões a pagar.

“Demos um passo histórico para nosso compromisso com a descarbonização com a assinatura do contrato de venda da Usina Termelétrica Pampa Sul, último ativo a carvão do nosso portfólio. Assim, avançamos na estratégia de nos tornarmos uma geradora de energia 100% renovável e nos consolidarmos como a maior empresa de energia limpa do setor elétrico brasileiro”, pontua Eduardo Sattamini, diretor-presidente e de relações com investidores da empresa.

Crescimento em renováveis e transmissão
Em setembro, a Engie anunciou a assinatura do contrato com a Vestas para o fornecimento de até 188 aerogeradores do modelo V150, com potência de 4,5 MW cada, para o Conjunto Eólico Serra do Assuruá, na Bahia, que terá capacidade instalada de 846 MW. Este é um dos marcos que permitiram o início da implantação do projeto, cuja previsão de investimentos é de cerca de R$ 6 bilhões e geração de aproximadamente 3 mil empregos diretos e indiretos na região.

“O crescimento da companhia em fontes renováveis segue ainda mais fortalecido e acelerado. Somando-se Serra do Assuruá ao Conjunto Eólico Santo Agostinho, com 434 MW em construção no Rio Grande do Norte, será possível adicionar 1,3 GW de energia renovável ao nosso parque gerador, substituindo com geração eólica a perda de capacidade instalada registrada nos últimos 12 meses em decorrência da nossa saída dos ativos a carvão no Brasil, que totalizavam 1,2 GW”, explica Sattamini. “A estratégia de descarbonizar nossas atividades de geração começou em 2016 e, desde então, já foram mais de R$ 20 bilhões investidos no aumento de capacidade instalada em fontes renováveis e na ampliação de infraestrutura de transmissão”, complementa.

Além do Sistema de Transmissão Gralha Azul, no Paraná, atualmente já em operação, e do Projeto Novo Estado, que está em obras nos estados do Pará e Tocantins, também foi iniciada a implantação do projeto Gavião Real Transmissora de Energia, nova denominação do Lote 7, arrematado no leilão de transmissão da Aneel em junho. O contrato de concessão foi assinado em outubro e prevê a instalação de um quilômetro de linha de transmissão no estado do Pará e uma subestação complementar ao Projeto Novo Estado. O prazo limite para o início da operação da linha de transmissão é 30 de março de 2026, mas a Engie visualiza antecipação desse prazo em ao menos 24 meses.

Produção de energia
A produção de energia elétrica nas usinas operadas pela Engie foi de 13.799 GWh (6.250 MW médios) no trimestre, resultado 28% superior à produção do mesmo período de 2021, desconsiderando-se a geração do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda neste período, em razão da sua venda no final de 2021. O aumento da geração hidrelétrica ocorreu basicamente em razão do grande volume de chuvas na região Sul. Nas usinas complementares, a elevação se deve principalmente pela operação comercial das Usinas Fotovoltaicas Paracatu e Floresta, adquiridas em março, que no trimestre contabilizaram 116 GWh de energia produzida, além da plena operação do Conjunto Eólico Campo Largo II e da maior geração da Usina Cogeração Lages.



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