Refinaria Riograndense será a primeira a testar a tecnologia para biorrefino
A refinaria tem capacidade de processamento instalada de 17 mil de barris por dia
A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), localizada na cidade de Rio Grande (RS), vai realizar testes industriais para a geração de produtos petroquímicos e combustíveis de origem inteiramente renovável. A tecnologia representa uma nova fronteira para o biorrefino no país. O acordo de cooperação foi celebrado nesta segunda-feira (29), em Rio Grande, com a presença de executivos da própria RPR e das empresas que têm participação acionária na refinaria, como Petrobras, Braskem e Ultra. O primeiro teste industrial está previsto para o próximo mês de novembro, devendo durar até cinco dias. O segundo, será realizado em junho de 2024. Uma vez comprovado o êxito, já estão negociados o contrato de licenciamento da tecnologia da Petrobras. O valor do investimento que será realizado pela Petrobras na RPR é em torno de R$ 45 milhões.
Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, os testes na RPR demonstram o compromisso da companhia com a transição energética: “A Petrobras é pioneira no desenvolvimento de tecnologia capaz de impulsionar oportunidades para o biorrefino no Brasil. Em parceria com os nossos sócios na Refinaria de Petróleo Riograndense, estamos avançando e perseguindo a descarbonização dos nossos processos, gerando produtos com conteúdo renovável, mais sustentáveis e eficientes para a sociedade”, assegura. A partir de uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, a unidade de FCC (craqueamento catalítico fluido) da RPR será preparada, no primeiro teste, com inovações de processo e sistema catalítico, gerando insumos integralmente renováveis. O teste posterior será por meio do coprocessamento de carga fóssil com bio-óleo, gerando propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável a partir de matéria-prima avançada de biomassa não alimentar.
A história do refino de petróleo no Brasil começou na cidade do Rio Grande (RS). A Refinaria de Petróleo Riograndense, que iniciou suas operações em 1937, hoje tem como acionistas a Petrobras, Braskem e Ultrapar. Atualmente, a companhia tem como principal atividade a produção e comercialização de derivados de petróleo, especialmente gasolina, óleo diesel, nafta petroquímica, óleo combustível, GLP (gás de cozinha), além de outros derivados. Seu mercado de atuação concentra-se na região sul do Brasil, especialmente no estado do Rio Grande do Sul. A refinaria tem capacidade de processamento instalada de 17 mil de barris por dia. Considerando o êxito nos testes, a RPR estará preparada para produzir, principalmente, bioaromáticos para a indústria petroquímica, tornando-se um marco no desenvolvimento do biorrefino no Brasil. Com o sucesso da iniciativa, a RPR será a primeira refinaria na América Latina a ser convertida para operar como uma biorrefinaria e processar insumos de origem 100% renovável. Para Felipe Jorge, diretor-superintendente da RPR, as perspectivas são boas. “Estamos dando mais um importante passo em direção ao futuro da nossa pioneira refinaria.Este investimento para a produção de renováveis pode abrir as portas da RPR para um mercado bastante promissor”, destaca.
A Refinaria de Petróleo Riograndense é a 136ª maior empresa da região e também a 58ª maior do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.