Rússia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU e ignora guerra na Ucrânia – Notícias





A Rússia levará três questões ao Conselho de Segurança da ONU durante a presidência temporária em abril, que começou neste sábado (1º): o multilateralismo e a Carta das Nações Unidas, a violação dos acordos que regulamentam a exportação de armas convencionais e o Oriente Médio, principalmente o conflito entre Israel e Palestina.


No entanto, a Rússia não propõe uma reunião para discutir a guerra na Ucrânia, embora as questões do armamento e do multilateralismo sejam suscetíveis de surgir em algum momento. Isto foi anunciado pelo representante da Rússia ao órgão máximo da ONU, Vasily Nebenzya, em entrevista reproduzida pela missão diplomática russa.


Além das questões que o Conselho de Segurança trata regularmente, independentemente do país que detém a presidência, em 10 de abril a Rússia levantará a questão dos “riscos decorrentes da violação de acordos que regulamentam a exportação de armas e produtos militares”.


Segundo Nebenzya, muitos países exportadores de armas “desrespeitam abertamente a própria legislação nacional, assim como os acordos internacionais destinados a evitar que as armas caiam em mãos erradas”.





Embora não mencionado, a Rússia tem sido altamente crítica em relação ao fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia, um fator-chave para conter a invasão russa do país.


Para Nebenzya, como resultado desta violação dos acordos de exportação de armas, “os mercados clandestinos internacionais foram inundados com armas indetectáveis que representam uma séria ameaça”.


“Esta é uma questão urgente, e pretendemos discuti-la com um vasto leque de Estados-membros da ONU”, comentou Nebenzya.



Presidência controversa



A chegada da Rússia à presidência do Conselho de Segurança, que é essencialmente uma questão protocolar, enfureceu o governo ucraniano e suscitou pedidos de boicote.


Para a Ucrânia, ver a Rússia à frente do órgão mais importante da ONU é “uma piada de mau gosto”, disse nesta semana o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba.


“A Rússia usurpou um assento, está travando uma guerra colonial, o seu líder é um criminoso de guerra procurado pelo Tribunal Penal Internacional por sequestro de crianças”, disse Kuleba, referindo-se à alegação da Ucrânia de que Moscou herdou ilegalmente a cadeira da União Soviética e à recente decisão do TPI contra Vladimir Putin.





Nebenzya afirmou que as críticas à presidência russa do Conselho de Segurança “têm sido ouvidas regularmente, especialmente de forma ativa desde 24 de fevereiro de 2022 (data da invasão russa à Ucrânia), assim como os apelos no sentido de nos privar de uma adesão permanente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas”.


Nebenzya afirmou que a Rússia é a continuadora legítima da URSS, “sujeito de direito internacional que herdou não só os direitos e obrigações do seu antecessor, mas também o seu próprio caráter jurídico”.


“Sem a Rússia, não só o trabalho do Conselho de Segurança ficaria sem sentido, mas também o da ONU como um todo, e isso significaria a destruição de todo o sistema estabelecido de relações internacionais”, argumentou.



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