Sudeste, Sul e Centro-Oeste dominam ranking



As 11 unidades da federação das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste ocupam as 11 primeiras posições do ranking de competitividade dos estados brasileiros, segundo estudo realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e a consultoria Tendências.

O ranking de 2023 foi divulgado nesta quarta-feira (23). Os quatro primeiros são os mesmos do levantamento anterior, de 2022: São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal.

O ranking evidencia a existência de dois “Brasis” em termos de competitividade: um formado pelos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que aparecem no topo; e outro formado por Norte e Nordeste, na parte inferior da tabela.

O primeiro estado nordestino que aparece no ranking é o Ceará, na 12.ª posição. Nos Norte, a liderança é do Amazonas, 14.º lugar nacional. De 2022 para 2023, o que mais avançou foi o Maranhão. Ele ganhou cinco posições, passando de antepenúltimo para 21.° no ranking do país.

Por outro lado, a unidade da federação que mais caiu foi a Bahia, que passou da 17.ª para a 24.ª posição. Os três últimos colocados do ranking de competitividade foram Acre, Amapá e Roraima.

O ranking de competitividade foi construído a partir das notas dos estados em dez pilares. Estados do Norte e Nordeste aparecem no “top 3” de dois desses pilares, apenas: Paraíba é o terceiro na segurança pública e Roraima tem, proporcionalmente, o terceiro maior potencial de mercado do país.

“A competitividade de um estado está diretamente ligada à capacidade de ação dos seus líderes públicos”, destaca o diretor-executivo do CLP, Tadeu Barros, na apresentação do estudo.

Onde os estados mais competitivos se destacam

São Paulo, o primeiro colocado, é líder nos pilares de infraestrutura, inovação e educação, e segundo nos de sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e sustentabilidade social.

Santa Catarina, o segundo colocado geral, lidera os rankings de capital humano, segurança pública e sustentabilidade social, e ocupa a terceira posição nos de eficiência da máquina pública, infraestrutura e inovação.

O Paraná, terceiro no ranking geral, ocupa a primeira posição no pilar de sustentabilidade ambiental e a segunda no de eficiência da máquina pública.

Os estados que mais avançaram no ranking de competitividade

O Maranhão foi o estado que mais avançou no ranking. O estado subiu cinco posições, mas, mesmo assim, está entre os menos competitivos, ocupando a 21.ª posição. O avanço pode ser atribuído, segundo o CLP, às melhoras relativas nos pilares de solidez fiscal, segurança pública e potencial de mercado.

Na solidez fiscal, o principal avanço foi no resultado primário, no qual avançou 18 posições. No pilar de segurança pública, o Maranhão avançou sete posições, passando da 14.ª para a 7.ª posição, com destaque para o desempenho no indicador de segurança pessoal. E no pilar potencial de mercado, o estado avançou seis posições, passando da 12.ª para a 6.ª, dado o bom desempenho nos critérios de inadimplência (3.ª menor) e qualidade de crédito para pessoa física (9.ª melhor).

No Norte, o maior avanço foi do Tocantins, que ganhou três posições no ranking geral, atingindo a 15.ª posição. Os maiores ganhos foram em solidez fiscal (16.ª posição), eficiência da máquina pública (19.ª colocação) e capital humano (10.ª colocação).

No Centro-Oeste, o maior avanço foi o de Goiás, que teve um ganho de duas posições no ranking geral, atingindo o 7.° lugar. Os maiores avanços foram em capital humano (17 posições, para a 3.ª); infraestrutura (11 posições, para a 9.ª) e potencial de mercado (sete posições, para a 1.ª).

No Sul e no Sudeste, quem mais avançou foi Minas Gerais. O estado saiu da 8.ª posição em 2022 para a 6.ª em 2023. Os maiores ganhos foram em capital humano, no qual avançou cinco posições, indo para a 9.ª; segurança pública, com avanço de três posições e chegando à 8.ª; e potencial de mercado, com uma melhora de duas posições.

Os problemas dos estados menos competitivos do país

Três estados do Norte estão na rabeira do ranking: Acre,
Amapá e Roraima. Os acreanos, que ficaram em último lugar, caíram três posições
em relação ao comparativo do ano passado, com fortes pioras nos indicadores de
segurança pública e eficiência da máquina pública.

O Amapá, penúltimo lugar no ranking, avançou uma posição em comparação a 2022. Perdeu espaço em pilares como capital humano, solidez fiscal e potencial de mercado. Em compensação, teve avanços em sustentabilidade ambiental, inovação e infraestrutura.

Roraima caiu da 22.ª para a 25.ª colocação nesta edição. O fraco desempenho tem relação com pioras nos pilares de solidez fiscal, capital humano e sustentabilidade ambiental e infraestrutura.

Os grandes gargalos para a competitividade brasileira

Dois importantes gargalos para os estados são a infraestrutura e a educação. O CLP aponta que eles estão, indubitavelmente, entre os principais desafios para a melhora da competitividade nacional, minando os potenciais de desenvolvimento econômico e social.

“A crônica deficiência da infraestrutura é um dos principais desafios para a melhora da competitividade do país. O quadro é reflexo direto do baixo nível de investimento em infraestrutura no país”, informa o relatório da pesquisa. Os investimentos recuaram de 5% do PIB, na década de 1970, para algo próximo de 2%.

Outras explicações para as carências de infraestrutura, segundo o CLP, são a má alocação dos recursos públicos e a deficiência das políticas regulatórias para os diferentes segmentos de infraestrutura.

Em relação à educação, há um amplo conjunto de medidas que precisam ser tomadas para reverter os problemas do setor. Elas vão além da melhora da qualificação e remuneração dos docentes. Segundo o CLP, uma das prioridades deveria ser a melhoria da gestão das unidades educacionais.

Os estados mais competitivos do país

Confira a seguir a lista dos estados mais competitivos do país, segundo CLP e Tendências:

  • 1° São Paulo
  • 2° Santa Catarina
  • 3° Paraná
  • 4° Distrito Federal
  • 5° Rio Grande do Sul
  • 6° Minas Gerais
  • 7° Goiás
  • 8° Mato Grosso
  • 9° Mato Grosso do Sul
  • 10° Espírito Santo
  • 11° Rio de Janeiro
  • 12° Ceará
  • 13° Paraíba
  • 14° Amazonas
  • 15° Tocantins
  • 16° Pernambuco
  • 17° Alagoas
  • 18° Rondônia
  • 19° Sergipe
  • 20° Pará
  • 21° Maranhão
  • 22° Piauí
  • 23° Rio Grande do Norte
  • 24° Bahia
  • 25° Roraima
  • 26° Amapá
  • 27° Acre

Os estados que se destacam nos pilares da competitividade

Infraestrutura

  • 1° São Paulo
  • 2° Espírito Santo
  • 3° Santa Catarina

Sustentabilidade Social

  • 1° Santa Catarina
  • 2° São Paulo
  • 3° Distrito Federal

Segurança pública

  • 1° Santa Catarina
  • 2° Distrito Federal
  • 3° Paraíba

Educação

  • 1° São Paulo
  • 2° Minas Gerais
  • 3° Paraná

Solidez fiscal

  • 1° Mato Grosso
  • 2° Espírito Santo
  • 3° Pará

Eficiência da máquina pública

  • 1° Rio Grande do Sul
  • 2° Paraná
  • 3° Santa Catarina

Capital Humano

  • 1° Santa Catarina
  • 2° Distrito Federal
  • 3° Mato Grosso do Sul

Sustentabilidade ambiental

  • 1° Paraná
  • 2° São Paulo
  • 3° Distrito Federal

Potencial de mercado

  • 1° Goiás
  • 2° São Paulo
  • 3° Roraima

Inovação

  • 1° São Paulo
  • 2° Rio Grande do Sul
  • 3° Santa Catarina



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