Varejo tropeça em dezembro, mas fecha 2024 com alta de 4,7%
O comércio varejista brasileiro encerrou o ano de 2024 com um crescimento de 4,7%, o maior desde 2012, de acordo com dados do IBGE divulgados na quinta (13). Apesar do bom desempenho anual, o mês de dezembro teve um tropeço e registrou uma leve queda de 0,1% em relação a novembro, mas manteve o nível recorde alcançado em outubro.
No varejo ampliado, que inclui setores como veículos, motos, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,1% em dezembro, após recuo de 1,4% em novembro. Ainda assim, o setor acumulou alta de 4,1% no ano, o melhor resultado desde 2021.
“Um aspecto importante sobre o varejo restrito na perspectiva anual é de que, na margem, viemos de dois meses de estabilidade (novembro e dezembro). No entanto, vale lembrar que essa estabilidade sustenta um patamar recorde que foi atingido em outubro de 2024, ou seja, é uma estabilidade na alta”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
De acordo com o IBGE, oito das onze atividades pesquisadas tiveram saldo positivo, com destaque para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (14,2%), veículos e motos (11,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,1%).
“O grande destaque foi o setor farmacêutico, que é a única atividade a sustentar também oito anos de crescimento contínuo. Nesse caso, ambos os subsetores cresceram ao longo de 2024: tanto o de produtos farmacêuticos em si quanto o de perfumaria e cosméticos”, ressaltou Santos.
Entre os setores que tiveram queda em 2024, o maior impacto foi registrado em livros, jornais, revistas e papelaria (-7,7%), seguido por atacado especializado em alimentos e bebidas (-7,1%) e combustíveis e lubrificantes (-1,5%).
“A digitalização segue reduzindo a demanda por produtos impressos, e o que sustenta esse setor são os livros didáticos”, explicou o gerente do IBGE.
Na comparação entre dezembro de 2024 e o mesmo mês do ano anterior, o volume de vendas do varejo cresceu 2%, registrando o 19º mês consecutivo de alta. Quatro setores tiveram desempenho positivo, com destaque para móveis e eletrodomésticos (10,2%) e artigos farmacêuticos (9,6%).
Já hiper e supermercados, combustíveis e equipamentos de informática ficaram no campo negativo.