Vírus da gripe aviária evolui rapidamente e é o mais letal desde 2021, alertam especialistas
Nas últimas semanas foram noticiados mais casos confirmados de gripe aviária, a H5N1, em aves em pelo menos três regiões brasileiras. O primeiro caso confirmado, em maio, foi na em Vitória, capital do Espírito Santo.
Especialistas que estudam o tema dizem que o vírus, descoberto em 1996, evoluiu rapidamente a partir do ano de 2021. Até então, o vírus causador da doença, se manifestava em aves apenas por temporadas e, depois, não voltavam. Porém, para Richard Webby, virologista e diretor do centro de pesquisa sobre as patologias aviárias da Organização Mundial da Saúde (OMS), alguma coisa aconteceu e o vírus tem se tornado mais infeccioso e letal.
Segundo Webby, ainda é muito pequeno o risco de seres humanos serem infectados com o vírus, porém ele alerta que “este vírus não é estático, evolui, o que aumenta o risco de que, mesmo por acaso, o vírus possa adquirir traços genéticos que permitam converter-se em vírus humano”.
Existem poucos casos registrados de humanos que foram infectados pelo H5N1, geralmente em pessoas que tiveram contato direto com aves contaminadas, porém a maioria dos casos registrados confirmados em humanos foram letais.
Ave encontrada morta no Rio Grande do Sul; epidemia de H5N1 é o maior já visto no mundo (Foto: reprodução/Twitter)
Em países como o Chile, tem aumentado nas últimas semanas o contágio em mamíferos, principalmente em focas, e segundo Webby, é preocupante. “As transmissões em mamíferos devem ser monitoradas de perto”, diz o especialista da OMS. Mas ainda não há evidências de que o vírus sobreviva por muito tempo em mamíferos e se tem observado que mesmo com a rápida evolução em aves, o vírus continua inadequado para humanos.
A partir de 2021, a OMS afirmou que novas regiões têm tido relatos do vírus, como o caso do Brasil, que nunca havia apresentado casos da doença em aves. Com a rápida disseminação, junto de sua evolução, tem promovido mortes e a eliminação de grandes números de aves no mundo. Segundo Webby, essa é a maior epizootia em aves já vista.
O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, o MAPA, lançou uma campanha no dia 1º de junho, para alertar os produtores de aves a como fazer para evitar o contágio e consequente disseminação da doença. Por enquanto ainda não há restrições na exportação de carne de aves do Brasil.
Ainda não há uma campanha de vacinação de aves no Brasil até o momento.
Foto destaque: Aves mortas pelo Vírus H5N1. Reprodução/Twitter